sexta-feira, 26 de abril de 2013

RESPONDENDO ÀS SUAS DÚVIDAS!


Olá a todos!!!

Sabemos que muitos esperam pelas postagens da sessão "RespondEndo: Pergunte ao Doutor", então preparamos mais cinco perguntas respondidas pela nossa parceria e colaboradora Dra. Luciana Chamié, médica radiologista especialista no diagnóstico por imagem da Endometriose profunda.

Desta vez, vamos saber se um endometrioma, o famoso cisto de chocolate que frequentemente aparece nas portadoras d
e Endometriose, pode se romper durante o ato sexual. E quais os riscos deste rompimento. 

E, será que todas as portadoras de Endometriose necessariamente precisam se submeter à uma videolaparoscopia? Será que é possível engravidar sem precisar fazer a cirurgia ou recorrer à Fertilização In Vitro (FIV)? Com certeza, esta é uma dúvida que muitas "tentantes" apresentam! Nada melhor que ter a resposta de uma especialista, não é mesmo?

Ah! Vc sabia que o exame de Ultrassonografia Tradicional (aquele que os ginecologistas nos pedem como "rotina") não é suficiente para visualizar e diagnosticar a Endometriose? Dra. Luciana explica bem o motivo e ainda orienta a respeito da Ressonância Magnética da Pelve!


E o CA125? Você já deve ter ouvido muito falar deste exame para diagnosticar a Endometriose. Mas, será que é 100% confiável? 


Confiram todas as respostas para estas dúvidas abaixo! Não se esqueçam de deixar seus comentários, e quem desejar ter sua pergunta respondida por um especialista, entre em contato conosco no e-mail: gapendi@hotmail.com

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1) Gostaria de saber se o ato sexual pode provocar a ruptura de um endometrioma de ovário, mesmo se o cisto for grande! Outra questão, se houver a ruptura deste cisto, quais as consequências para a mulher?

Dra. Luciana Chamié: Sim , isso pode acontecer, dependendo da intensidade da penetração associada a compressão do abdome.  As consequências são variadas, desde quadros assintomáticos, dores abdominais de intensidade variada, aderências entre os órgãos adjacentes entre outras.



2) Todas mulheres diagnosticadas com endometriose precisam fazer a videolaparoscopia? E quanto à gravidez, será que consigo meu bebê sem precisar recorrer à FIV ou depois do meu tratamento é possível conseguir "normalmente"?


Dra. Luciana Chamié: Não existe uma “receita de bolo” para o tratamento de endometriose. Cada paciente ou casal deve ser tratado individualmente  levando-se em consideração aspectos como idade, a presença de sintomas, gravidade da doença, reserva ovariana, etc.. A laparoscopia com a retirada completa dos focos de endometriose é considerada como a modalidade de escolha para a eliminação dos focos da doença. Após o tratamento cirúrgico a mulher pode vir a engravidar espontaneamente ou necessitar de tratamento específico de reprodução assistida.  Isso dependerá dos aspectos observados na cirurgia, principalmente em relação aos ovários e tubas, bem como efeitos aderenciais pós-cirúrgicos.

3) Fiz uma Ressonância Magnética da pelve que só apareceu: “sugere endometrioma no ovário direito”. Caso tivesse outros focos da endometriose, apareceria no exame?



Dra. Luciana Chamié: Assim como na ultrassonografia, a RM também é um método operador-dependente, sendo necessário um especialista em endometriose para a sua adequada interpretação. O ideal é sempre realizar o exame em local onde haja um radiologista habilitado para tal. O método possui elevada acurácia para o diagnóstico de endometriose profunda em vários sítios da cavidade pélvica.




4) Porque a endometriose não aparece no exame de ultrassonografia normal?
Dra. Luciana Chamié: Os focos de endometriose profunda são difíceis de serem identificados, sendo necessário um exame ultrassonográfico com preparo intestinal e realizado por um especialista que conheça as particularidades desta doença, tais como distribuição na cavidade pélvica, aspecto dos implantes e técnica de exame. Em um exame sem preparo é possível se fazer o diagnóstico dos endometriomas ovarianos e de lesões profundas em algumas localizações, porém os artefatos gerados pelo gás e conteúdo em alças intestinais pode ser prejudicial para o adequado mapeamento dos focos da doença.




5) É possível o exame de CA 125 dar "normal" e eu ter endometriose como o médico me afirmou com toda certeza?


Dra. Luciana Chamié: Sim, com certeza. Na minha experiência, avaliando pacientes com endometriose nos últimos 10 anos, uma grande parcela das pacientes com lesões apresentou Ca 125 normal.


Até a próxima!



Marília Gabriela
Luciana Diamante

terça-feira, 23 de abril de 2013

ENDOMETRIOSE: A PELVE QUE SANGRA!




“Ah, vai! Você não está com tanta dor assim”.
“Eu acho que você só está querendo chamar a atenção com esta dor”
“Toda esta dor que você diz que sente não é psicológico, não?”

Qual portadora não teve que ouvir este tipo de comentário ao menos uma vez, durante uma crise de dor provocada pela Endometriose?

E o pior! São comentários que podem vir desde pessoas da própria família e convívio da portadora, até de amigos e/ou colegas do trabalho.

O fato é que quem não conhece a Endometriose, nem tão pouco os  seus sintomas ou consequências avassaladores, pode facilmente supor (ou julgar) que a dor sentida pela portadora não seja tão terrível assim! (Aos desavisados, é bom deixar claro: as dores da Endometriose são, muitas vezes, incapacitantes!).

Esta desconfiança e incompreensão das pessoas pode causar outro tipo de dor tão grave quanto esta dor física: a dor na alma! E aí, a portadora passa a ter que enfrentar dois grandes problemas: a dor física, que dói “na carne”, e a dor na alma que pode levar à depressão.

É por esta e mais outras que, às vezes, seria bom se a nossa pele fosse “transparente” da cintura para baixo, não é mesmo? Desta forma, todos poderiam entender o motivo de sentirmos dores tão fortes, pois estariam vendo o “estrago” que a Endometriose pode causar nos órgãos da nossa pelve!

Talvez, esta desconfiança toda em relação às nossas dores aconteça porque algumas pessoas (menos informadas) simplesmente supõe que estamos reclamando de uma “simples” cólica menstrual. O que estas pessoas não sabem é que a cólica de uma mulher com Endometriose é bem diferente daquela que não tem a doença.

Já falamos sobre esta diferença aqui no blog, através de um quadro ilustrativo, onde comparamos as características de uma cólica menstrual “normal” com os sintomas da cólica menstrual causada pela Endometriose. Clique aqui para ver este quadro.


Porém, muitas vezes, explicar sobre esta diferença, descrevendo-a através de um texto, pode não ser tão compreensivo quanto mostrar, com imagens reais, o que de fato acontece na cavidade abdominal de uma portadora desta terrível doença.

E foi justamente isto que o ginecologista especialista no tratamento da Endometriose, e também parceiro do Gapendi, Dr. Edvaldo Cavalcante, fez durante sua apresentação na palestra “ConhecEndo a Endometriose”. Na ocasião, Dr. Edvaldo surpreendeu a todos (inclusive as portadoras) mostrando imagens reais (durante um procedimento cirúrgico) de como se apresenta uma pelve feminina com Endometriose, e assim, conseguiu não apenas explicar, mas também “provar” que as dores são reais, pois há motivos visíveis para elas existirem (Confiram estas imagens no vídeo postado no final deste texto).

Mas, agora, você pode estar se perguntando: "Afinal, o que acontece dentro da pelve de uma mulher portadora de Endometriose que a leva a ter dores tão incapacitantes?"

Recentemente, postamos um texto muito bem escrito e detalhado, explicando sobre “a Dor e as suas Consequências nas Portadoras de Endometriose” (clique aqui para lê-lo). Porém, como informação nunca é demais, vamos tentar, neste texto, relembrar como a Endometriose surge e se desenvolve, para podermos explicar o motivo das dores tão intensas e incapacitantes.

Na verdade, existem diferentes "teorias"; inclusive, ainda hoje, pesquisadores tentam determinar e explicar não somente a origem da Endometriose, como também a causa. Destas teorias, vamos destacar aquela mais conhecida que é a da "menstruação retrógrada".

A menstruação retrógrada acontece quando, durante o período menstrual, parte do sangue, ao invés de sair pela vagina, reflui através das tubas uterinas, caindo dentro da barriga da mulher.

Este sangue contem células do endométrio (camada que reveste internamente o útero) que podem se implantar em diversas partes e órgãos da pelve e da cavidade abdominal, como ovários, nas próprias tubas uterinas, nos ligamentos do útero, no intestino, na bexiga e etc.

Uma vez fixados ou “colados” nestes órgãos, estas células começam a responder aos estímulos hormonais produzidos pelos ovários e passam a se comportar exatamente como o endométrio dentro do útero, isto é, começam a se encher de sangue e depois “menstruam”. Mas, neste caso, como estes implantes estão localizados fora do útero, o sangue não tem por onde sair, e portanto, permanece ali mesmo, dentro do abdômen, causando muita inflamação e, consequentemente, muita dor. 



Isto para não falar quando este sangue “endurece” dentro da pelve, transformando-se em fibroses e causando aderências entre os órgãos. Outro motivo para as dores.

O curioso é que, de acordo com os médicos, a menstruação retrógrada pode ser observada em várias mulheres, porém nem todas desenvolvem a Endometriose. 

Para tentar explicar o motivo disto acontecer, os pesquisadores levantaram a hipótese de haver uma “falha” importante no Sistema Imunológico das mulheres com Endometriose, fazendo com que o organismo delas não seja capaz de reconhecer e destruir as células de endométrio que caem dentro do abdômen, implantando-se em locais/órgãos aonde não deveriam estar.

Muitas são as causas para esta "falha" no Sistema Imunológico (da qual falaremos em outro texto), mas o fato é que uma pelve aonde há um sangramento “interno” todos os meses, cujo sangue “cai” em cima dos órgãos, acumulando-se dentro da barriga e, muitas vezes, criando aderências entre eles, só pode mesmo causar dor, muita dor. Não é mesmo? Pode acreditar que sim! Este dor forte, ou cólica menstrual intensa, que piora a cada mês, é um dos principais sintomas da Endometriose!

É preciso todo um tratamento específico e bem planejado, com médicos especialistas, para reverter este estrago que a doença causa no corpo da mulher! E mesmo assim, ainda não se pode falar em “cura”, somente em controle.

Portanto, quando você ouvir uma portadora de Endometriose dizendo que está com dor, acredite: ela está com dor! Pois, possui uma pelve que sangra e que causa inflamações todos os meses em vários órgãos da cavidade abdominal! Respeitar esta dor é a atitude mais nobre que qualquer pessoa “leiga” no assunto, pode ter! E é o que recomendamos a todos! Se não sabe como agir e nem o que falar para uma portadora de Endometriose que está com dor, basta apenas acreditar, respeitar e, quando possível, demonstrar seu carinho por ela!


Para quem quiser entender melhor, vale a pena assistir ao vídeo abaixo, onde imagens da pelve e da cavidade abdominal da portadora de Endometriose são mostradas em "tempo real" com explicações detalhadas do Dr. Edvaldo Cavalcante. Confiram!!

Lembrando que o vídeo contem cenas “fortes”, não recomendadas para pessoas sensíveis (a coisa é feia mesmo!).



Até a próxima!


Luciana Diamante
Marília Gabriela

segunda-feira, 8 de abril de 2013

POR QUE O DIAGNÓSTICO DA ENDOMETRIOSE É TÃO DEMORADO?


Olá, pessoal, tudo bem? Vocês sabiam que a Endometriose pode demorar, em média, de 7 a 11 anos para ser descoberta?

Certamente muitos já devem ter lido sobre isto, até porque também escrevemos sobre este assunto aqui no blog, no texto “O Diagnóstico da Endometriose – parte 1”, mas hoje vamos tentar entender um pouco mais sobre os motivos desta demora no diagnóstico.

Para aqueles, que acompanham as ações do Gapendi, no último dia 23 de março, realizamos um Super Endoencontro em comemoração ao mês da conscientização da Endometriose, promovendo a palestra “ConhecEndo a Endometriose”. 


Este evento foi extremamente importante para trazer mais informações sobre a doença, não apenas para as portadoras (que estiveram presente em peso), mas também para seus familiares e amigos que as acompanharam, e que no geral, não conhecem profundamente sobre a Endometriose, mas tiveram oportunidade de ouvir e aprender um pouquinho sobre esta tão enigmática doença.

Estiveram presentes conosco especialistas reconhecidos, trazendo (cada um na sua área) preciosas informações sobre a Endometriose. Um destes especialistas foi a Dra. Luciana Chamié, médica radiologista especialista no diagnóstico por imagem da Endometriose Profunda e parceira do Gapendi.

Dentre as valiosas informações que a Dra. Luciana nos trouxe, no início de sua apresentação, ela nos mostrou os motivos pelos quais o diagnóstico da Endometriose têm sido tão tardio. (Vocês poderão conferir tudo que a Dra. Luciana explicou no vídeo que preparamos abaixo).

Para tentar entender vamos relembrar os sintomas mais comuns da Endometriose e depois enumerar os motivos que levam à demora no diagnóstico.

Como sabemos, os sintomas mais frequentes da Endometriose são:


·  Dismenorreia = é a famosa cólica menstrual.

·  Dispareunia = é a dor durante a relação sexual. 

· Dor pélvica crônica = seria a cólica menstrual sentida fora do período menstrual. Em alguns casos, as dores da Endometriose podem ser constantes e persistentes, não se limitando apenas durante a menstruação. 

·  Sintomas intestinais e urinários = Em alguns casos, desconforto ao evacuar e urinar podem estar presentes como sintomas da endometriose.

· Infertilidade = dificuldade em engravidar. Pesquisas demonstram que entre as mulheres que apresentam a infertilidade, 50% delas são portadoras de Endometriose.

Pois bem. Seria muito simples se uma mulher chegasse ao consultório do ginecologista queixando-se de cólica menstrual e ele levantasse a hipótese de ser uma possível endometriose e começasse a investigar. Mas, infelizmente não é assim que acontece! Mas, por quê?

Vamos tentar listar abaixo alguns motivos que tornam difícil, demorado e complicado o diagnóstico precoce da Endometriose:

1)  AUSÊNCIA DE SINTOMAS

Apesar de toda aquela relação acima dos sintomas mais comuns da Endometriose, estamos diante de uma doença muito “caprichosa”, pois ela não se manifesta igual em todas as mulheres.

Desta forma, enquanto algumas são extremamente sintomáticas, apresentando todo tipo de dor, outras simplesmente não apresentam qualquer sintoma relacionado à dor.

Muitas destas pacientes assintomáticas acabam descobrindo que são portadoras somente quando começam a tentar engravidar e não conseguem. Então, procuram um especialista em Reprodução Humana que ao investigar, descobre a Endometriose. Outras vezes, a descoberta se dá por acaso, em uma cirurgia abdominal qualquer, em que o médico consegue visualizar as lesões da doença durante o procedimento.

Por isto, este “capricho” da Endometriose (que é a ausência de sintomas), em algumas mulheres, acaba contribuindo para um diagnóstico tardio. E muitas vezes, estas pacientes estão com a doença avançada, mesmo sem apresentar dores. Entretanto, vale lembrar que é muito mais comum a presença de sintomas do que a ausência. São poucas as mulheres que apresentam a endometriose, sem ter nenhum tipo de sintoma relacionado à dor.

2) SINTOMAS INESPECÍFICOS

Se por um lado a ausência de sintomas atrapalha no diagnóstico precoce da Endometriose, por outro a presença não quer dizer que seja mais fácil para a doença ser diagnosticada! 

Alguns dos sintomas da Endometriose podem ser confundidos com outras patologias que são, digamos assim, mais “conhecidas”. Desta forma, uma dor ou desconforto intestinal pode ser entendido, por exemplo, como sendo um sintoma da Síndrome do Intestino Irritável (SII) ou Retocolite. A mulher, então, é encaminhada para um gastroenterologista que começa a fazer um tratamento que muitas vezes não surte qualquer melhora. Da mesma forma, uma mulher com dor para urinar pode receber o diagnóstico de Cistite Intersticial, e também fazer um tratamento prolongado que não lhe alivia das dores.

Esta confusão nos sintomas, ou seja, estes sintomas inespecíficos que confundem os médicos, podem tornar o diagnóstico correto muito demorado, agravando ainda mais o quadro de Endometriose que, como sabemos, é uma doença progressiva (piora com o passar do tempo).

 3)    DIFICULDADE NO DIAGNÓSTICO CLÍNICO

Como dissemos acima, a Endometriose é uma doença caprichosa. Ela gosta de se esconder e por vezes é complicado diagnosticá-la apenas clinicamente, mesmo quando estamos diante de médicos preparados e bem informados, ou como gostamos de dizer, “especialistas”.

O médico ginecologista precisa levar em consideração o histórico de dores que a paciente apresenta, ou sua queixa de infertilidade, e imediatamente supor que possa ser a Endometriose.

A partir do momento que levanta esta hipótese, ele precisa saber realizar um exame clínico adequado. Geralmente, um bom especialista, consegue perceber, através do exame de toque, nodulações ou espessamentos que podem sugerir a presença da doença. Porém, nem sempre é possível perceber ou apalpar, pois algumas lesões estão em locais que não podem ser sentidas através do exame clínico. 

Além disto, outro cuidado a ser tomado (quando falamos do diagnóstico clínico) é em relação a um marcador, conhecido como CA125. Ele é utilizado por muitos médicos para confirmar o diagnóstico da Endometriose por ser um exame fácil de ser realizado, já que é medido através de uma simples coleta de sangue. Infelizmente, como explicou Dra. Luciana durante a palestra, este exame não é preciso, podendo aparecer com taxas “normais” mesmo para pacientes com a forma mais grave da doença.

Todas estas dificuldades clínicas, também podem dificultar o diagnóstico da Endometriose, e é preciso ter um médico extremamente experiente para saber conduzir a paciente até que se chegue ao diagnóstico definitivo e possa iniciar o tratamento correto.

O problema, no entanto, é encontrar este “médico experiente”. E isto nos leva ao quarto motivo pelo qual o diagnóstico da Endometriose é tardio:


 4)   DESCONHECIMENTO E DESPREPARO DOS MÉDICOS

Lamentavelmente, precisamos dizer que boa parte das portadoras descobriu a doença tardiamente porque foram “vítimas” de médicos ginecologistas totalmente despreparados e desinformados a respeito dos sintomas da Endometriose.

É tão triste quando lemos ou ouvimos relatos de portadoras dizendo que seus ginecologistas lhe afirmavam que ter cólica menstrual é normal e que passaria assim que se casassem!

Impressionantemente, em pleno século 21, ainda existem médicos ginecologistas dizendo isto! Muitas mulheres poderiam ter sido poupadas de anos e anos de sofrimento se seus médicos fossem mais informados a respeito de uma doença tão ginecológica! 

Muitos nem sequer sabem que existem exames de imagem específicos para diagnosticar a endometriose e continuam enviando as pacientes para fazer exames de rotina que pouco mostram sobre a doença!

Chega a ser irônico um ginecologista dizendo que cólica menstrual é normal. E é mais irônico, ainda, um grupo de mulheres (leigas em medicina) dizendo para eles que estão errados e que cólica menstrual não é normal e precisa ser investigada!

Para mim, este é um dos principais motivos do diagnóstico tardio da Endometriose.


 5)    FALTA DE INFORMAÇÃO

Logicamente não poderíamos deixar de citar que a falta de informação sobre a Endometriose, seja das próprias mulheres, seja dos médicos, é uma grande vilã da nossa doença!

Este, aliás, foi um dos motivos que nos levou a criar o GAPENDI, pois notamos o quanto a Endometriose é uma completa desconhecida da população em geral, dos nossos governantes e até dos próprios médicos. 

Lutamos para isto mudar e acreditamos que o pouco que fazemos surte algum efeito, mas sabemos que ainda é preciso ter uma campanha nacional sobre a prevenção desta doença tão cruel que rouba os sonhos das mulheres e destrói sua qualidade de vida!

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Quem quiser conferir as explicações que a Dra. Luciana Chamié deu (sobre este assunto) durante a palestra, assista ao vídeo abaixo! Lembrando que o vídeo é "caseiro", e editamos para mostrar o trecho da apresentação em que ela faz uma pequena introdução e depois outro trecho onde explica sobre os motivos que tornam o diagnóstico da Endometriose complicado e tardio.



E, colabore conosco, espalhando este texto em seu perfil do Facebook ou outras redes sociais nas quais participa. Desta forma, você também estará colaborando para que o diagnóstico da Endometriose comece a ser precoce e não mais tardio!

Fiquem ligados! Nos próximos textos, traremos mais dados importantes que foram falados durante nosso evento!

Beijos a todos e até a próxima!


Luciana Diamante

Marília Gabriela


segunda-feira, 25 de março de 2013

AGRADECENDO AO SUCESSO DO SUPER ENDOENCONTRO GAPENDI!!


Nesse final de semana aconteceu o tão esperado Super EndoEncontro GAPENDI com palestras de médicos especialistas em Endometriose na cidade de São Paulo!!
Esse evento estava sendo planejado por nós há quase um ano. Por isso, ao vê-lo realizado com sucesso, a emoção tomou conta de nós apesar de todo o cansaço final!!
A sensação de dever cumprido, e muito bem cumprido, foi sem dúvida, uma das melhores coisas que já sentimos na vida! Já que criamos o GAPENDI com a intenção de fortalecer e ampliar o importante trabalho de levar a informação correta sobre a Endometriose, alertando à todas as mulheres e à população em geral sobre a gravidade desta doença e a necessidade constante da busca por um diagnóstico precoce e tratamento adequados. 


Aos poucos vamos publicar textos contando um pouco do que aconteceu nesse super evento. Hoje, no entanto,  nosso objetivo mesmo é de agradecer!! 



Primeiro agradecer à todas as portadoras e familiares que saíram das suas casas  e compareceram a Clinica Genics na tarde do dia 23 de março. A sala ficou completamente cheia e para nossa surpresa, as portadoras foram acompanhadas seja de um familiar e /ou amigo. 
Isso é importante porque percebemos que não são apenas as portadoras interessadas em entender o que é a Endometriose. Os maridos, namorados, mães, amigas também estão interessados, querem entender para poder ajudar, e principalmente, levar a informação a diante. 
E ficamos ainda mais surpresas pois muitas pessoas que compareceram ao evento não faziam parte, ainda, do nosso grupo no facebook. Ficaram sabendo através de outras pessoas ou foram indicadas por outros médicos que estavam sabendo do evento, ou seja, na divulgação "boca a boca" mesmo. 
E isso é muito bom!!! A informação sobre a endometriose precisa ser passada de "boca em boca" mesmo. Nossa intenção com blog, grupos e a página "Endometriose Online" é justamente essa! Um trabalho de formiguinha mas que aos poucos estamos colhendo frutos.

Não podemos deixar de fora os nossos parceiros!! O grupo GAPENDI é um grupo de apoio voluntário. Não recebemos nada em troca financeiramente (e nem queremos receber) pelo nosso trabalho. Tudo o que fazemos é com um único objetivo: Ajudar outras portadoras que passam pelos mesmos problemas que nós; e, principalmente, levar informação correta acerca da doença e das suas consequências.
Graças a Deus, para a realização desse evento, contamos com a Clinica Genics que, gentilmente, cedeu o espaço bem como o delicioso Coffee Break. Nossa parceria não podia ter começado de melhor forma!!! Temos certeza de que esse foi o primeiro de muitos eventos !!


Aos médicos: Dra. Luciana Chamié, Dr. Edvaldo Cavalcante, ao Dr. Dani Ejzenberg e ao Dr. Philip Wolff que gentilmente compareceram e disponibilizam um tempo da tão apertada agenda; engrandecendo assim o nosso evento. As explicações de vocês foram maravilhosas. Temos certeza de que saímos de lá sabendo muito mais sobre essa doença tão enigmática que é a Endometriose. E agradecemos também a  Mariana Schamas, Cinesioterapeuta e Coordenadora do Caminhada "Pare a Dor", por ter comparecido e ter ajudado a compor a nossa mesa de especialistas.
Durante essa semana vamos postar um pouco mais detalhado o que cada um desses especialistas trouxe de informação para que aquelas pessoas que infelizmente não puderam ir também fiquem por dentro do que aconteceu.

Como já falamos acima, nosso grupo de apoio não tem e nem visa nenhum lucro financeiro, então para que a realização desse evento acontecesse da forma como aconteceu, tudo tão lindo e maravilhoso, contamos com o apoio de algumas portadoras que disponibilizaram o seu tempo e seu trabalho para a organização e  confecção dos nossos brindes, que foram sorteados ao final da nossa palestra. Lilian Graciani Pullig, Fabíola Rocha, Taty Rosa, Bel Nemec, Gilmara Ferreira e Glaucia Castro!




Estamos muito felizes com tudo o que aconteceu e tendo a certeza de que demos uma importante ajuda na conscientização, informação e divulgação da Endometriose. E temos a certeza de que isso não ficará restrito apenas ao mês mundial da Conscientização da doença!
O GAPENDI busca diariamente através das nossas ações levar e ajudar cada vez mais as portadoras.

Fiquem atentas aos próximos post aqui no blog pois iremos compartilhar com todos os ensinamentos adquiridos nesse evento. E fiquem ligados pois vamos continuar promovendo novos encontros e novas palestras!!

Contamos com a ajuda de todos!!! E mais uma vez: O Nosso Muito Obrigada!





 Marília Rodrigues
Luciana Diamante

                                                                    

quarta-feira, 6 de março de 2013

RESPONDENDO ÀS SUAS DÚVIDAS!






Olá a todos!

Estamos de volta com a nossa série de postagens intituladas: "RespondEndo: Pergunte ao Doutor!".

Sabemos que esta "sessão" é sempre muito esperada por todos, pois a cada dia recebemos mais e mais perguntas! Todas serão respondidas, à medida do possível, pelos nossos médicos colaboradores. Então, fique atento às atualizações do blog, pois a próxima dúvida respondida poderá ser a sua!

Nesta postagem, você irá aprender como diferenciar os sintomas da Síndrome do Intestino Irritável (SII) com os sintomas da Endometriose Intestinal; saberá se é possível apresentar Endometriose em um só órgão isolado, sem atingir a pelve inteira; irá entender porque nem sempre os exames de ultrassonografia convencionais conseguem diagnosticar a Endometriose; conhecerá, ainda, a diferença entre a Adenomiose e Endometriose e saberá como é feito o diagnóstico da Endometriose Vesical (na bexiga).

Hoje, quem responde às questões dos nossos leitores é a nossa parceira e colaboradora, Dra. Luciana Pardini Chamié, médica radiologista do Núcleo de Saúde da Mulher do laboratório Fleury e diretora da Clínica Chamié Imagem da Mulher. Dra. Luciana é especialista no diagnóstico por imagem da Endometriose Profunda.

Vamos conferir?

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1) Como diferenciar os sintomas de uma SII (Síndrome do Intestino Irritável) com a Endometriose Intestinal?

Dra. Luciana Chamié: Os sintomas da síndrome do cólon irritável são mais frequentes em situações de estresse ou de forte tensão emocional, enquanto que na endometriose os sintomas intestinais estão mais relacionados ao período menstrual ou ao período ovulatório. A presença de muco nas fezes (material esbranquiçado ou mesmo transparente como clara de ovo) é mais relacionada a SII ou à colites ou doenças inflamatórias intestinais.

2) É possível ser portadora só de endometriose no ovário, ou só no intestino?

Dra. Luciana Chamié: Sim, a doença isolada em um só órgão ou estrutura anatômica pode ser observada, entretanto, a endometriose é uma doença caracteristicamente multifocal, com vários focos identificados no momento do diagnóstico. O endometrioma ovariano é considerado um marcador de doença profunda, ou seja, a sua presença indica maior probabilidade de se encontrar endometriose nos ligamentos útero-sacros, intestino, bexiga 4 vezes maior do que em quem não tem um endometrioma. Portanto quando um endometrioma ovariano é identificado deve-se pesquisar o restante da pelve com muito cuidado. A identificação de endometriose intestinal por sua vez é um indício de doença avançada, geralmente associada a lesões em outros sítios. Ela pode existir sem estar associada a endometrioma ovariano, mas geralmente aparece em associação à doença retrocervical.

3) Eu já realizei várias ultrassonografias, todas sempre são “normais” e todos os meus exames ginecológicos também são normais, mesmo assim eu continuo tendo muitas dores na menstruação e durante as relações. Quais outros exames eu posso fazer para saber se isto não é endometriose?

Dra. Luciana Chamié:  O diagnostico de endometriose após vários exames anteriores “normais” é um achado frequente no dia-a-dia de mulheres com endometriose profunda. Isso se deve na maioria dos casos a exames realizados como “rotina” por uma pessoa que não é especialista em endometriose ou que não tem a experiência deste diagnóstico. Portanto exames anteriores normais que não foram realizados por um especialista na área não excluem a possibilidade da doença. Isso se aplica tanto para a ultrassonografia como para a ressonância magnética, já que ambos são leitor-dependente. O mais indicado é realizar sempre o seu exame com um radiologista especialista em endometriose ou em um centro de referência.

4) Como é possível saber se tenho endometriose na bexiga?

Dra. Luciana Chamié:  A endometriose vesical pode ser diagnosticada através da ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e da ressonância magnética da pelve. A primeira é mais sensível para lesões menores, medindo até 1,5 cm e também para determinar se há infiltração profunda do músculo da parede vesical (detrusor). O US é particularmente útil, também, para verificar se há processo aderencial entre a lesão vesical e a parede uterina anterior, dada a característica dinâmica do exame. Ambos os métodos possibilitam uma boa avaliação do compartimento anterior da pelve, tanto para a pesquisa de lesões na bexiga, como para lesões localizadas nos ligamentos redondos e na parede uterina anterior. Para tal é importante ressaltar que a bexiga deve ter pelo menos um médio enchimento, não podendo estar completamente vazia.

5) Qual a diferença entre Endometriose e Adenomiose? Qual exame pode diagnosticar a Adenomiose?

Dra. Luciana Chamié:  Conceitualmente a endometriose é a presença do tecido endometrial fora dos limites uterinos, ou seja, endométrio crescendo em qualquer localização da cavidade abdominal. A adenomiose é a migração do endométrio tópico (que reveste a cavidade uterina) para dentro do miométrio (músculo que forma as paredes do útero) através de falhas na junção endométrio-miométrio. Estas glândulas migradas ocasionam uma reposta do miométrio circunjacente, caracterizada por hipertrofia da musculatura uterina. O diagnóstico de adenomiose pode ser feito através da ultrassonografia ou da ressonância magnética, sendo esta última atualmente considerada padrão ouro para o seu diagnóstico. Antigamente achava-se que a adenomiose era uma forma “interna” de endometriose, hoje já se entende que são duas patologias completamente diferentes.

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Importante lembrar que todas as informações contidas aqui são apenas informativas e não substituem em hipótese alguma a consulta com o seu médico.

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Até a próxima!

Marília Gabriela
Luciana Diamante