segunda-feira, 6 de março de 2017

RELATO DA LEITORA ALINE LOUIZE

Olá!!!

Voltamos com o blog contando um pouco da trajetória da nossa EndoAmiga Aline Louize, de  30 anos. Ela assim como muitas de nós, sempre apresentou sintomas da Endometriose desde novinha mas não teve o diagnóstico realizado cedo. Pois todos achavam que era frescura, que sentir cólicas intensas é normal de toda mulher. Porque as pessoas têm tanta resistência para aceitar e entender que dor/cólica no período menstrual ou fora dele não é normal? Desde quando sentir dor é normal?!!!

Mas vamos lá conhecer um pouco sobre a Aline. 

Lembrando que se você também deseja ver sua história contada aqui no blog, manda para o nosso email: gapendi@hotmail.com pois teremos todo o prazer em publica-la aqui!!!

Precisamos levar ao máximo informações sobre a Endometriose. Essa é a nossa maior arma para evitar que outras mulheres passem pelo que já passamos e também para mostrar para a sociedade o quanto a Endometriose é uma doença séria e que precisamos de ajuda do governo em relação ao tratamento, que é tao caro!!!






"Tenho 30 anos e essa é a minha história de gratidão.

Desde mocinha tive problemas relacionados à menstruação. Muitas dores, hemorragias que geravam anemia, desmaios, entre outros sintomas. E tudo isso era “normal”. Aliás, tudo isso era frescura. Família, amigos, médicos, patrões. Para os outros a dor nunca era tão forte assim. 

Lá pelos 17 anos comecei a tomar anticoncepcional para diminuir o fluxo e regular o ciclo. Lembro-me bem de pedir ao médico algum exame complementar, pois sentia muita dor de barriga e tinha diarreia exatamente no período menstrual. Ele pediu um exame de fezes e me deu uma medicação pra Fungos. E pensar que somente por esse sintoma poderíamos ter iniciado uma investigação da endometriose, há mais de 10 anos!




A partir daí foram vários médicos, pelo SUS, particulares, diagnóstico de ovário policístico, e “toma esse anticoncepcional aqui que você vai ficar curada.”  Em 2012 eu e o marido decidimos parar com o contraceptivo porque queríamos um filho. Que inocência a nossa! Achávamos que éramos donos da nossa fábrica.

No final de 2014 as dores foram piorando a cada ciclo. Uma dor que até hoje não sei descrever. Não era cólica. Era a sensação de ter alguém arrancando seu útero por baixo. Mais dor de barriga, dor nas pernas, dor durante a relação no fundo da vagina. Depois descobri que essa dor também não era normal.

Em agosto de 2015 ocorreu o pior episódio. Fui fazer uma prova para concurso público quase desmaiando. No banho, hemorragia. Saíam coágulos. Fui a o PA da Unimed recém adquirida e depois de esperar 4 horas pelo GO, eu nem precisei terminar de contar: endometriose. Depois de vários exames e mais dois médicos, cheguei ao Dr. W. K.



Era uma noite quente de setembro em Curitiba. Ele olhou meus exames, ouviu a minha história e concluiu: “você tem endometriose profunda intestinal, lesões no retossigmóide e um endometrioma grande. Vamos ter que operar, tirar um pedaço do intestino e retirar as lesões pra que você tenha chance de engravidar. Além disso, há chance de você ter lesão no ureter, porque ele está dilatado. E isso é urgente. Se tiver obstrução, você precisa fazer um procedimento imediatamente. Você tem planos de voltar pra Ponta Grossa hoje?” Dr. W. pegou o celular e ligou para o Dr. C. T., que agendou os meus exames para a manhã seguinte.

Meu mundo caiu. Eram quase 10 horas da noite. Minha cidade fica a 2 horas de Curitiba. Eu e meu pai nunca imaginaríamos que teríamos que passar a noite na capital. Saí do consultório com várias guias de exames pra aprovar e já estava tudo fechado. Não tínhamos lugar pra dormir. Consegui liberar as guias pelo celular e encontramos o Consultório do Dr. C. Sentamos em uma marquise na Marechal para pensar. Passamos em uma farmácia, pois precisava fazer o preparo intestinal para o exame. A moça da Droga Raia nos indicou um hotel, pertinho do consultório. Sem o meu pai, eu teria surtado. Sem o Google Maps no celular, estaríamos perdidos. Porque os taxistas não nos ajudaram muito. Foi uma noite sombria.



Na outra manhã fui atendida pelo Dr. C., e encaminhada por ele ao Hospital das Nações pra fazer a tomo. Saímos de Curitiba ao meio-dia (e eu estava em jejum desde as 16h do dia anterior). Na metade do caminho para Ponta Grossa, o Dr. C. me liga pra me tranqüilizar. Não era uma obstrução, era uma má-formação. Nunca vou me esquecer do que esses dois médicos fizeram por mim.

Retornamos para consultar e o Dr. W. explicou com todas as porcentagens sobre os riscos da cirurgia. Fiquei apavorada. Mas não tinha jeito. Voltamos e começou a saga na Unimed para liberar a cirurgia e o material solicitado (a bendita tesoura ultrassônica). Muitas ligações e muito nervosismo até conseguir a liberação.

Dia 07 de dezembro de 2015, bem cedinho, chegamos no Vitta Batel. Às 11h desci para o Centro Cirúrgico. Às 11:45h fui para a sala de cirurgia. Algumas instruções do anestesista e...sono. Acordei tremendo, com muito frio, pouca dor e a sensação boa da bota pneumática. Depois de um tempo no pós-cirurgia e já estava estabilizada. Me levaram para o quarto e lá estavam o meu esposo e minha sogra (que é sogra-mãe). Que alegria!



A dor abdominal é bem forte, mas suportável. Passei mal depois de comer uma gelatina e tentar andar. A dor do espasmo do vômito foi terrível. Não consegui levantar por muitas horas, porque a pressão baixava e eu quase desmaiava. Sabia que precisava fazer xixi antes de amanhecer pra poder receber alta. Então pensem no alívio quando consegui atravessar o quarto sem desmaiar e ir ao banheiro! Achei que estaria toda ensangüentada, mas não. A cirurgia é muito limpa, com pontos muito pequenos.

Depois de uma longa madrugada, chegou o Dr. W. pra nos dar alta. Explicou que não precisou fazer o corte, que deu pra fazer tudo pela vídeo. Desde então, quando me refiro a ele, uso a expressão “Meu médico Ninja”.

Fiquei em Curitiba por mais 5 dias e na semana seguinte voltei para consultar. Recuperação ótima. E uma esperança: em 6 meses deveria voltar lá, mas ele acreditava que eu não voltaria, porque até lá eu já estaria grávida. Meu médico é ninja mesmo. Nesse mês de Dezembro completei 22 semanas do milagre mais esperado das nossas vidas!



Amiga! Não aceite sua dor como sendo normal! Não aceite que te digam “é só frescura de mulher”! Não desista de investigar até descobrir! Há esperança, então tenha fé em Deus, que cuida de todos os detalhes de nossas vidas."




Agradecemos muito a Aline por ter compartilhado conosco sua história!!!! Que esse pequeno venha cheio de saúde e paz para completar a felicidade de vocês!!!!

Lembrando que se você também deseja ver sua história contada aqui no blog, manda para o nosso email: gapendi@hotmail.com pois teremos todo o prazer em publica-la aqui!!!

Um super beijo

EQUIPE GAPENDI
Marília Gabriela Rodrigues
Luciana Diamante

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