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segunda-feira, 27 de julho de 2015

O QUE É MAIS FÁCIL: ACHAR UMA AGULHA NO PALHEIRO OU ENCONTRAR UM ESPECIALISTA EM ENDOMETRIOSE?


Olá!!!!

Hoje trazemos um texto antigo da nossa coordenadora Luciana Diamante mas que se adapta perfeitamente para os dias de hoje, infelizmente. Porque é tão difícil encontrar um especialista em Endometriose?? As vezes, temos a impressão de que é mais fácil achar uma agulha no palheiro do que um bom médico especialista. Se for pelo plano de saúde ou pelo SUS então... nuhhhh.. tarefa quase impossível!!


Cada dia que passa, recebemos mais e mais emails pedindo indicação de médicos especialistas em Endometriose. Sem contar os inúmeros post nos nossos grupos no Facebook com o mesmo assunto.  

Um dia desses,  recebemos um comentário de uma portadora dizendo: - "Como é difícil encontrar um especialista em endometriose!" De fato! Esta é uma das queixas mais frequentes entre as portadoras. Fiquei pensando sobre esta dificuldade e cheguei à conclusão de que alguma coisa está errada.

Raciocinem conosco: quem trata de endometriose é o ginecologista, correto? Se uma mulher sente cólicas incapacitantes, especialmente à época da menstruação, ou se não consegue engravidar; ela não vai correr atrás do clínico geral, mas sim do ginecologista, é claro! E supondo que esta mulher tenha um plano de saúde, não terá a menor dificuldade em encontrar e marcar uma visita com este médico. Basta abrir o livrinho do convênio na relação de "médicos ginecologistas" que terá à disposição, no mínimo, uns 50 ginecologistas ou mais. É óbvio que na rede pública não é tão simples encontrar e marcar uma consulta com um ginecologista, porém existem médicos disponíveis para o atendimento às mulheres, tanto em hospitais, como nas unidades básicas de saúde.

Pois bem. Considerando que a Ginecologia é uma especialidade médica que trata de doenças do sistema reprodutor feminino, ou seja, útero, vagina e ovários; espera-se que uma patologia como a endometriose possa ser diagnosticada e tratada por estes médicos com precisão, correto? Errado!

O que temos visto acontecer, de acordo com os vários relatos das portadoras, são dois problemas gravíssimos relacionados ao atendimento de alguns médicos ginecologistas:



1º) Total Desconhecimento dos Sintomas Clássicos da Endometriose

Infelizmente, por não ser médica, não pude ter o privilégio de participar de uma aula sobre ginecologia, porém confesso que gostaria muito de saber o que é ensinado nas aulas sobre "Cólicas Menstruais". A impressão que eu tenho, a partir da minha própria experiência e dos relatos das portadoras, é que nestas aulas os aspirantes a médicos ginecologistas aprendem que, de forma geral, "sentir cólica é normal". Assim, se uma mulher com seus vinte e poucos anos disser ao médico que sente cólicas que a impedem de ir trabalhar, ele prontamente responderá: "É assim mesmo. Sentir cólica é normal. Tome um analgésico, faça uma compressa com água quente e pegue aqui o seu atestado". Certamente, ela confiará no médico e continuará sofrendo com as cólicas, achando que na verdade, está ficando louca e que as dores que ela sente são fruto da sua imaginação. Isto não existe! 

Todas nós sabemos bem qual é o resultado deste tipo de avaliação do ginecologista: anos e anos sofrendo de cólicas "normais", para depois descobrir que na verdade a culpada era a endometriose, e que tendo demorado para ser diagnosticada, gerou, também, a infertilidade. Tarde demais!

Claro, não vamos generalizar. Nem toda cólica é endometriose. É verdade. Mas, como saber quando é e quando não é endometriose? O médico não pode brincar de "minha mãe mandou eu escolher esta daqui"para dizer qual paciente tem endometriose e qual não tem. Ele precisa pedir exames e, principalmente, precisa saber realizar um bom exame clínico, com uma boa anamnese! Já falamos sobre a primeira consulta com especialista aqui no blog, vamos deixar o texto aqui caso não tenham lido! Sabe-se que muitas portadoras de endometriose podem ser diagnosticadas durante a própria consulta com o médico, através do exame de toque e de todas as informações possíveis sobre a dor que sente. 

Ainda assim, se pudesse existir um protocolo que obrigasse o médico ginecologista a solicitar determinados exames todas as vezes que suas pacientes se queixassem de cólicas menstruais, com certeza, várias mulheres seriam poupadas do pesado sofrimento que a Endometriose causa. Seria quase uma prevenção! E não estou falando de mandar todas as pacientes para a videolaparoscopia não. Não é isto. Hoje, temos disponíveis exames de imagem que são excelentes para o diagnóstico da endometriose, como a Ultrassonografia com preparo Intestinal, Ressonância Magnética com protocolo para Endometriose e é claro, pode-se dosar também o CA125 para compor o raciocínio, pois é um exame simples e fácil de fazer, apesar de pouco preciso.
Já abordamos isso aqui no blog em vários textos, porém destacamos dois! Para quem não leu, vale a pena dá uma olhada no texto Diagnóstico da Endometriose Parte I e Diagnóstico da Endometriose Parte II.

O que não pode mais acontecer é o descaso frente à queixa de cólica menstrual, atrasando o diagnóstico da endometriose em 8 ou 9 anos, prejudicando a qualidade de vida da paciente e, muitas vezes, o seu sonho de engravidar. Não é justo!




2º) Dificuldade em Encontrar o "Tal" Especialista

Depois de muita luta para conseguir uma hipótese diagnóstica, começa a verdadeira peregrinação. Sim, pois o que reivindicamos do médico, no parágrafo acima, é que simplesmente saiba diagnosticar a endometriose. 

Daí a exigir que ele saiba tratar a doença, creio que seja pretensão demais. Tem ginecologista que foge da portadora de endometriose, como um rato foge de um gato! Chega a ser engraçado! É como se o nosso diagnóstico já viesse com um complemento:"Endometriose = paciente problema,  fuja dela".

Bom, sabemos que existem mil e uma patologias ginecológicas problemáticas em termos de tratamento, mas a Endometriose, sinceramente, não é para qualquer um. Muitas vezes, a doença requer tratamento cirúrgico reparador, ou seja, é preciso ser muito bem treinado para fazer aqueles três ou quatro furinhos na barriga da mulher, enchê-la de gás, e começar a cortar os nódulos, sem lesionar nenhum órgão. É um trabalho de "mestre", aliás, é um trabalho de uma "equipe de mestres".


É claro que todas nós queremos o melhor atendimento, nós merecemos isto. Mas, aí é que está o problema. Aliás, o problema mesmo só está começando. Afinal, naquele livrinho do plano de saúde não vem discriminado qual médico é capaz de tratar a endometriose e qual não é. Sabe o que acontece? Vou confessar um segredo! Muitas portadoras pegam nome por nome do livrinho, digitam no "Google" e tentam descobrir se há algum vínculo entre o nome do médico e a endometriose. Se houver, ela marca um "x" ao lado deste médico, senão ela o risca da lista. Parece engraçado? Mas, não é não! Isto é muito triste. Pior é quando nenhum dos 300 médicos tem alguma relação com endometriose! Daí, a portadora começa a se desesperar. E passa a procurar pelos "médicos estrelas", aqueles que brilham distantes de nós, lembram? 

Pois bem, para desfrutar do brilho deles é preciso desembolsar muito, muito dinheiro. E aí sim, a história fica triste!

É uma pena que tenha que ser assim. Na nossa humilde opinião de portadora de endometriose, todos os médicos formados em ginecologia deveriam saber diagnosticar e tratar a doença, isto inclui também ter  mais "mestres" em Videolaparoscopia. Afinal, é um absurdo termos 300 ginecologistas num livrinho do plano de saúde e só sete ou oito serem capazes de tratar uma doença tão ginecológica!



Para finalizar: sabe o que respondemos à afirmação feita pela portadora que comentei no início desta postagem?


"Amiga, é mais fácil encontrarmos uma agulha no palheiro que um especialista em endometriose!". Portanto, se você encontrar o seu, agarre-o e não o solte mais. Este médico é peça rara e está extinto no mercado!

Até a próxima!!!!




EQUIPE GAPENDI
Luciana Diamante
Marília Gabriela Rodrigues

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

PRIMEIRA CONSULTA COM O MÉDICO ESPECIALISTA EM ENDOMETRIOSE

Olá!!

Faz tempinho que queremos abordar esse assunto aqui no blog! Cada dia que passa, a gente tem visto alguns comentários nos grupos das portadoras contando e até mesmo com dúvidas em relação a consulta com o médico ginecologista. A principal dúvida é se ele é ou não especialista em Endometriose. E cada vez mais pontuamos sobre a necessidade de se procurar um médico que seja de fato especialista em endometriose.

Pode parecer confuso quando dizemos isto, porque “a priori” todo médico ginecologista deveria saber diagnosticar e tratar nossa doença, afinal estamos falando de uma patologia da área da ginecologia.

Mas, infelizmente, nem todos os ginecologistas sabem ou estão preparados para atender uma paciente com suspeita ou, até mesmo, com o diagnóstico já confirmado da endometriose. E o pior: mesmo não sabendo, muitos destes médicos não são humildes o suficiente para encaminhar a paciente para um colega que seja especialista; ao contrário, tentam por si mesmos tratar a paciente, muitas vezes, de forma totalmente equivocada, o que só faz piorar e agravar a doença. Esta situação tem se tornado um grande problema para todas as portadoras!

É por este motivo que decidimos escrever este texto, pois queremos que todas as pacientes e também as mulheres que suspeitam ter a endometriose saibam reconhecer quando estão sendo atendidas por um ginecologista que realmente seja um especialista, ou não.


1)    Quem é o especialista em Endometriose?

É aquele médico (necessariamente formado em Ginecologia) que decidiu se aprofundar melhor sobre a fisiopatologia da Endometriose, bem como suas consequências e as formas de tratamento mais atuais e eficazes. Geralmente, como um dos tratamentos mais utilizados na Endometriose é a cirurgia minimamente invasiva (videolaparoscopia), então a grande maioria destes especialistas também são médicos cirurgiões que dominam muito bem esta técnica cirúrgica. Também vale lembrar que são médicos que gostam de se atualizar sobre a doença, participando de congressos, cursos e palestras. 

Muitos gostam de viajar e conhecer o que se tem estudado sobre a endometriose em outros países. Em outras palavras, um verdadeiro especialista em endometriose, investe (principalmente financeiramente) no conhecimento sobre a doença, a fim de se aprimorar cada vez mais.

Entretanto, não é incomum existir ginecologistas que sabem identificar, diagnosticar e tratar clinicamente uma paciente com endometriose sem, contudo, ter o domínio da técnica cirúrgica. Neste caso, quando se trata de um médico competente e idôneo, ele encaminhará esta paciente (que necessita de cirurgia) para um colega, também ginecologista, que seja apto e treinado para este tipo de tratamento. 

2)    Como saber se o ginecologista que está me atendendo é um especialista em Endometriose?

A resposta para esta pergunta parece um pouco óbvia, afinal, para saber se um ginecologista entende de endometriose, basta questioná-lo sobre isto, certo?
Infelizmente, não é tão simples assim. Logicamente, todos os ginecologistas necessariamente conhecem a Endometriose (pelo menos é o que se espera), entretanto entre conhecer esta doença e saber trata-la há um abismo muito grande. O problema é que o médico que não conhece, muitas vezes, se intitula especialista, fazendo a paciente acreditar que está diante de um “mestre” na doença.  Por qual motivo estes médicos fazem isto? 

Bom, temos as nossas teorias, mas achamos melhor não entrarmos neste quesito.  Enfim, o fato é que a diferença mais marcante entre um profissional que é especialista e aquele que se diz ser, já pode ser notada logo na primeira consulta.

3) Como será esta Consulta? 

Antes de qualquer coisa, é preciso deixar claro que a consulta varia de médico para médico e, principalmente, de paciente para paciente!! Nunca é demais lembrar que não existe um protocolo pronto para o tratamento da Endometriose. Esse tratamento será traçado de acordo com o diagnóstico, como se comporta as lesões, a sintomatologia e, acima de tudo, cada organismo, afinal, temos os organismos diferentes umas das outras.

Mas em geral, a primeira consulta com um especialista em endometriose tende a ser demorada! Exemplo: em 10 minutos é praticamente impossível um médico especialista, por melhor que ele seja, conhecer a paciente, escutar suas demandas, avaliar e fazer as necessárias considerações!

Uma boa consulta varia leva cerca de 40 a 60 minutos, podendo até levar mais tempo. Ai vem a questão que muitas devem tá pensando: Apenas os médicos particulares levam esse tempo todo com a paciente na sala! Qual o médico que atende pelo plano que perde cerca de 40 a 60 minutos com uma única paciente? Será que existe? 

Sim, meninas! Existe sim!! Embora sejam poucos, de fato! Já que a grande parte dos bons médicos especialistas acabam optando por atender apenas consultas e cirurgias particular. E falamos mais, quando o médico atende correndo, seja pelo plano ou particular, sem nem permitir que a paciente fale, já medicando e passando diversos exames e a gente retorna, significa que a gente gostou desse tipo de atendimento! O que é errado! Então, muitas vezes, a gente reforça essa postura errada de alguns médicos!!

A primeira consulta da portadora de endometriose ou da mulher que tem suspeita de endometriose tem que ser cuidadosa, até porque muitas vezes chegamos ao consultório com um desgaste emocional grande e cabe ao médico também acolher esta paciente, passando toda a segurança e conforto possível! Afinal, ele está lidando com vidas e não apenas com o lucro final!


Geralmente, o bom médico especialista deve começar a consulta escutando a paciente. Fazendo o que os médicos chamam de anamnese! Nessa "entrevista" inicial o médico vai poder conhecer toda a história da mulher, desde sua primeira menstruação até os dias atuais. Conhecer todas as suas queixas e os motivos pelos quais ela o procurou. Nessa anamnese, ele já vai traçando um possível diagnóstico, que poderá ser fechado posteriormente, com o exame físico e os de imagens!  Mas acreditem: Esse momento inicial da anamnese é de absoluta importância

Em seguida, ele poderá realizar alguns exames físicos, que incluem o exame de toque! É bem interessante falar sobre isso, sabiam que o exame de toque é uma excelente forma de diagnóstico da Endometriose?!! Essa parte pode ser um pouco desconfortante e até mesmo dolorosa para algumas portadoras, especialmente, aquelas que sofrem com a Endometriose Profunda! 

Além do exame de toque, o médico aproveita também para fazer alguns exames físicos na pelve, que vai depender da demanda de cada paciente!!!
Somando o que foi encontrado na Anamnese e nos exames físicos realizados no consultório, o médico pode já ter em mente um possível diagnóstico. 


Dizemos que pode, pois, sabemos que a endometriose é uma caixinhas de surpresas, ne?!! E muitas vezes, esse diagnóstico só vai ser fechado com a ajuda dos exames de imagens e/ou complementares ou até mesmo apenas na Videolaparoscopia.

Mas antes de partir para a Videolaparoscopia, que é um cirurgia minimamente invasiva mas não deixa de ser um procedimento cirúrgico, alguns especialistas solicitam alguns exames complementares. 

Uma pausa nesse momento!!! Muitas vezes a gente costuma reclamar que os médicos atuais nos fazem sair com uma 'renca' de papeis com solicitações de exames mas no caso da portadora de endometriose, acreditem: Esses exames são essenciais e podem ser a chave para solucionar os possíveis problemas!!

Muitas vezes, a gente ver nos grupos as portadoras falando que os médicos não pediram determinado exame ou então que só pediram um exame e até mesmo que saíram do consultório sem nenhuma solicitação, apenas com a indicação da videolaparoscopia!

A gente já falou sobre a importância e quais os exames mais específicos para um bom diagnóstico da Endometriose aqui no blog em dois textos que vamos deixar o link aqui novamente: Diagnóstico da Endometriose Parte I e Diagnóstico da Endometriose parte II. Para quem ainda não leu esses textos, vale a pena parar um pouco e dá uma lida! Na verdade, é essencial a leitura para que vocês tenham a noção da importância dos exames complementares no diagnóstico e quais são esses exames.  

Nessa primeira consulta e também nas seguintes, é ideal que a mulher vá acompanhada!! Pode ser o esposo, a mãe, irmã ou até mesmo uma amiga que confie. Ter esse apoio nesse momento é importante!! É legal também levar todas as dúvidas anotadas no papel para não esquecer de tira-las na consulta e voltar para casa com as mesmas interrogações na cabeça! Aproveitem esse momento ao máximo, meninas!!! 

Apos a realização dos exames complementares, a paciente deve retornar ao consultório para que o médico possa analisar e avaliar, junto com a paciente, quais os próximos passos no tratamento, que pode ser: Apenas medicamentoso, Cirúrgico ou Cirúrgico e medicamentoso!


Isso vai depender UNICAMENTE do médico, bem como a escolha de qual tratamento medicamentoso será seguido e qual a intervenção cirúrgica será realizada. Até porque cada mulher é única e a endometriose se comporta diferentemente em cada mulher! Como já dissemos aqui no texto, não existe uma cartilha com um protocolo padrão para todas as mulheres portadoras de endometriose. 

Muitas vezes, o médico indica uma medicação para o bloqueio da menstruação cujo a mulher não responde tão bem, tendo escapes, menstruando normal ou com efeitos colaterais significativos, onde a mulher terá que retornar para um possível ajuste ou até mesmo uma troca.  Outra coisa importante lembrar é que não é porque uma medicação deu certo com uma amiga, que vai dá comigo também!! Por isso é muito importante sempre tá conversando com o médico e seguindo o que o tratamento proposto por ele.

Outra coisa que percebemos que é muitas mulheres quando ficam sem dores e/ou quando conseguem engravidar simplesmente abandonam o tratamento!! Isso não pode acontecer!! Como a endometriose não tem cura, a mulher com a doença deve tá sempre em constante acompanhamento, mesmo que sem dor. 

O ideal é passar por consulta a cada 6 meses no máximo uma consulta no ano, nas mulheres que conseguiram estabilizar e controlar a doença!! Ficar mais do que um ano sem procurar um médico para um acompanhamento não dá, né, meninas?!! Por mais que vocês estejam sem sintomas, com o quadro estável, devemos lembrar que a endometriose é uma doença cronica, evolutiva e, infelizmente, sem cura!!

Então é isso! Acho que conseguimos esclarecer algumas dúvidas acerca da consulta com um médico especialista, ne?!!

Só a última dica!! Caso tenham passado por um médico com o qual vocês não tenham se identificado ou simplesmente da forma do atendimento, não exitem em mudar. Muitas vezes não é de primeira que a gente encontra o nosso especialista! O importante é a gente não desistir de buscar e encontrar um médico que seja bom e que nos passe confiança e segurança; afinal, o tratamento para endometriose é muito desgastante tanto fisicamente quanto emocionalmente! Busquem também sempre ter referencias desse médico com outras portadoras! Participar dos nossos grupos no facebook também pode ser bem essencial nesse sentido!!

Até a próxima!!

Equipe GAPENDI
Marília Gabriela Rodrigues
Luciana Diamante

quinta-feira, 24 de março de 2011

A PRIMEIRA CONSULTA EM ENDOMETRIOSE


Olá, queridas leitoras!

Vamos conversar sobre a sua primeira consulta em endometriose?

Pode parecer estranho, mas uma paciente com endometriose ou com uma simples suspeita da doença, deve ser atendida de forma diferenciada pelo ginecologista. Uma consulta que tem por objetivo investigar a possibilidade da endometriose é muito diferente de uma consulta de rotina.

Mas, porquê esta diferença?

Bom, em primeiro lugar, existe uma constatação absurda (obtida através de várias pesquisas) a respeito do tempo em que uma mulher leva para ser diagnosticada com endometriose. Pasmem: demora em média de 7 a 8 anos entre o início dos sintomas e o diagnóstico correto da doença. É muito tempo sem tratamento! Esta demora no diagnóstico é, em parte, causada por um atendimento inapropriado de alguns médicos ginecologistas, especialmente aqueles que não levam em consideração as queixas de cólicas menstruais. Mas também pode ser explicada pelo fato de que os sintomas comuns da endometriose, às vezes, podem ser confundidos com os sintomas comuns de outras patologias, o que torna difícil para o médico diagnosticar.

O que podemos fazer para modificar esta situação?

É simples! Devemos ser "pacientes-participantes" da consulta! Nada de vergonha, medo ou timidez, pois quanto mais informações passarmos, especialmente sobre os sintomas, maiores as chances do médico suspeitar da endometriose e, assim, realizar uma consulta apropriada para esta hipótese diagnóstica. No caso das pacientes que já estão diagnosticadas e desejam saber como será o tratamento, também é importante que participem ativamente da consulta, tirando as dúvidas e deixando claro suas expectativas, especialmente quando há o desejo de gravidez, por exemplo.

Nesta postagem, vamos mostrar como deve ser uma consulta para endometriose e como podemos auxiliar o médico, sendo "pacientes-participantes":


1º) ESCOLHENDO O MÉDICO


O ideal é sempre tentar marcar uma consulta com um médico especialista, mas sabemos que esta tarefa nem sempre é fácil. Talvez seja útil ligar para o convênio e pedir informações ou procurar indicações em comunidades, blogs e afins. Também é possível conseguir atendimento através do SUS em "Ambulatórios de Endometriose" mantidos em determinados hospitais da sua cidade.


2º) DRIBLANDO A VERGONHA, O MEDO E A TIMIDEZ

Muitas mulheres sentem-se constrangidas em deitar-se naquela posição desconfortável e falar sobre certas intimidades ao ginecologista (pior ainda quando são homens). Porém, para que o médico possa levantar a suspeita de endometriose ou para que possa programar melhor o seu tratamento, é preciso que você seja o mais sincera possível, deixando a vergonha, o medo e a timidez para outras ocasiões da vida! Neste sentido, a confiança no médico é imprescindível. Portanto, se você não sentiu empatia com um determinado ginecologista, não perca seu tempo, marque com outro!


3º) PREPARANDO-SE PARA A CONSULTA

Que tal escrever suas dúvidas e seus sintomas para levar no dia da consulta? Isto é essencial, pois é comum esquecer de falar alguma coisa ou de fazer alguma pergunta importante. Para ajudar, responda ao roteiro abaixo com o máximo de informações que puder. Depois é só lembrar de levá-lo no dia da consulta:
_________________________________________

I. Sobre a Menstruação

- Data da sua primeira menstruação:
- Data da última menstruação:
- Duração do sangramento:
- Tipo de fluxo (pesado, leve ou médio):
- Você tem sangramento entre as menstruações?
- Você menstrua a cada 28-30 dias ou possui ciclos irregulares?
- Anote todos os medicamentos que você estiver tomando, inclusive anticoncepcional.

II. Doenças Anteriores

- Liste todas as doenças que você já teve (incluindo as sexualmente transmissíveis):
- Você já fez algum tipo de cirurgia? (citar o motivo e a data da cirurgia)
- Possui alergia à algum medicamento?

III. Sobre as Dores

*Na menstruação:

- Você sente dores no período menstrual? Quando começaram?
- Descreva exatamente como são suas dores durante a menstruação: constantes, surgem apenas em alguns dias do ciclo, são do tipo "vai e vem", pressionam a pelve...
- Você sente que suas dores pioram a cada nova menstruação?
- Faça uma relação das medicações que precisou tomar para aliviar as dores neste período:

*Nas relações sexuais:

- Você sente dores durante ou após as relações sexuais? Quando começaram?
- Tem alguma posição sexual específica em que sente dor? Por exemplo: com a penetração profunda?
- As dores pioram durante ou depois do orgasmo?

*No intestino:

- Você tem movimentos intestinais dolorosos? Quando começaram?
- Você tem constipação ou diarréia? Em quais momentos?
- Já teve sangue nas fezes?
- Suas dores intestinais pioram muito durante a menstruação ou permanecem iguais durante o ciclo?

*Na bexiga:

- Você sente dores para urinar? Quando começaram?
- Sente ardência, urgência urinária ou pressão na bexiga?
- Já teve sangue na urina?
- Suas dores ao urinar pioram muito durante a menstruação ou permanecem iguais durante o ciclo?

*Outras informações:

- Qual o impacto da dor na sua vida? Precisa faltar ao trabalho ou à escola constantemente?
- Há quanto tempo você sofre com dores pélvicas?
- Qual é o tipo da dor: sensação de queimação, fincada, peso, ardência, palpitações, pressão...
- Está tentando engravidar há mais de 1 ano sem sucesso?
- Sente-se cansada, deprimida ou desmotivada?
- Leva uma vida estressante?
_______________________________________________________

Este é apenas um roteiro para ajudá-la a lembrar-se dos itens mais importantes a serem comentados com o médico. Você pode acrescentar qualquer outra informação que julgar necessário!

4º) DURANTE A CONSULTA

Finalmente chegou o grande dia! Algumas vezes somos obrigadas a esperar meses até o dia da consulta, então prepare-se para bombardear seu médico com muitas informações e também com as dúvidas! Aqui vão algumas dicas para este momento:

*Se possível, entre no consultório com um acompanhante: marido, mãe, uma amiga, qualquer pessoa que possa lhe dar apoio e ajudar-lhe a lembrar tudo que foi dito durante a consulta;

*Utilize as anotações que fez em casa para não esquecer nenhuma informação;

*Leve também um roteiro de dúvidas e não se esqueça de fazer nenhuma pergunta ao seu médico.

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Sugestões de Perguntas:

- O que você acha que está causando os meus sintomas?
- Existem exames específicos que eu possa fazer?
- Você acha que a minha fertilidade está afetada?
- Quais minhas chances de gravidez natural?
- Como posso controlar meus sintomas?
- Quais os tratamentos que você sugere e por quê?
- Este tratamento costuma dar bons resultados?
- Será preciso fazer alguma cirurgia?
- Quais as complicações que podem surgir?
- Como é realizada a cirurgia?

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5º) SOBRE O ATENDIMENTO DO MÉDICO

*Anamnese: Geralmente um médico, especialista em endometriose, está preparado para fazer uma anamnese completa com a intenção de compreender melhor os sintomas que possam estar ligados à endometriose. Ele deve lhe perguntar sobre suas menstruações, sua vida sexual, suas dores (com todos os detalhes), seus sintomas intestinais e/ou urinários, o histórico familiar, entre outros itens.

*Exame Físico: Depois de feita a anamnese, o médico irá examiná-la. Além dos exames de praxe, ele deve apalpar cuidadosamente toda a sua região pélvica, perguntando em quais pontos você sente dor. Também deve realizar o "Exame de Toque", dando especial atenção à região retrocervical, local comum para nódulos. Cuidado! Nem todos os médicos realizam um correto "Exame de Toque" para pacientes com endometriose, o que atrapalha e atrasa muito o diagnóstico!

*Conversa com a Paciente: Após o exame físico, o médico irá conversar com você. É neste momento que todas as dúvidas deverão ser esclarecidas. O ginecologista precisa se mostrar sempre pronto a respondê-las, sem demonstrar má-vontade. Além disto, é neste momento, também, que ele deverá solicitar alguns exames específicos (para diagnóstico da endometriose) caso ainda não tenham sido feitos. Desconfie do médico que lhe encaminhar direto para a Videolaparoscopia ou para uma Fertilização In Vitro, sem solicitar estes exames previamente.


Bem, por enquanto é isto! Esperamos que esta postagem possa auxiliar muitas mulheres a serem "pacientes-participantes", evitando assim, um atraso desnecessário no diagnóstico da endometriose!

Enviem suas sugestões e dúvidas a respeito deste tema, deixando o seu comentário!

Beijos!
Luciana T. Golegã Diamante