Dessa vez escolhemos o restaurante Bracia Parrilla, localizado no Shopping Boulevard Tatuapé, onde pudemos saborear um maravilhoso almoço
enquanto compartilhávamos nossas histórias e trocávamos experiências em relação a
essa doença tão enigmática a qual fomos acometidas!
Cada vez que uma portadora chegava, era uma verdadeira
festa! Afinal, nos conhecemos tanto, dividimos tantos momentos, temos tantas
afinidades, trocamos diversas palavras de carinho, confortoe incentivo nessa nossa jornada com a doença,
porém tudo através da tela do computador!
Algumas já se conheciam dos encontros anteriores realizados
no Parque do Ibirapuera e na casa de chá “As Noviças”. Coube, então, às mais
antigas acolherem as “estreantes” neste encontro!
Passamos uma tarde
diferente, repleta de companheirismo, alergia e muita amizade!!
Nessa tarde, pudemos também, dividir um pouco com as
portadoras presentes, os novos projetos do grupo GAPENDI em relação a Semana da
Conscientização e Divulgação da Endometriose e Infertilidade que ocorre em todo
mundo no mês de março. Logo iremos
compartilhar com todos aqui no blog esses projetos também!
Finalizamos o nosso almoço com um delicioso bolo, chocolates
e com a distribuição de um calendário (que foi criado por uma das nossas
queridas amigas) e com a certeza de que teremos ainda muito mais encontros este ano!
Falando nisto, portadoras da Bahia, preparem-se, pois estamos programando um Endoencontro em Salvador!
E para todas as outras portadoras: fiquem atentas ao blog e aos grupos para garantir sua participação nos próximos Endoencontros!
Vejam abaixo algumas fotos deste encontro e também o vídeo do "Endoencontro" do ano passado:
Vídeo do Endoencontro realizado em 01/09/2012, na casa de chá "As Noviças", em São Paulo-SP:
Você sabe o que é Dispareunia? Sabia que é um dos sintomas da Endometriose? Será que você tem este sintoma?
O texto abaixo, do médico carioca Dr. Ricardo Szilard Galgoul, é bastante interessante e bem claro para explicar um pouco sobre este sintoma muito cruel que pode ser causado pela Endometriose, ou seja, a dor na relação sexual. Por este motivo, resolvemos publicá-lo em nosso blog, pois sabemos que muitas vezes este é um assunto que a maioria das portadoras sentem vergonha de comentar com seus parceiros e até mesmo com os médicos. Sem falar que é um sintoma chato, doloroso e que pode colocar em risco a vida conjugal.
Então, meninas, leiam com atenção e informem-se. E lembre-se: se você apresenta dor na relação, fale abertamente com o seu parceiro e procure a ajuda do seu ginecologista o mais depressa possível!
"CINCO PERGUNTAS SOBRE
DISPAREUNIA"
1) O que é?
Cientificamente definido como: “Dor que aparece nos órgãos
genitais durante ou logo após as relações sexuais”, a dispareunia pode ocorrer
tanto em homens como em mulheres, sendo porém, muito mais comum nas mulheres
(cerca de 5% da população feminina sexualmente ativa no Brasil, sente ou já
sentiu dor durante a relação sexual). Trata-se de uma dor persistente ou
recorrente (e não apenas de uma manifestação ocasional) que pode ser
classificada, conforme a sua localização, em: superficial (quando a dor aparece
na entrada da vagina, na abertura da uretra ou no clitóris) ou de profundidade
(quando se trata de uma dor pélvica).
2) Quais são as causas?
Dentre
as causas físicas da dispareunia, podemos destacar: infecções da vulva e da
vagina (candidíase, tricomoníase, herpes genital); tumores genitais ou
pélvicos; atrofia ou lubrificação insuficiente da mucosa vaginal (por
deficiência dos hormônios estrogênicos); reações alérgicas na entrada ou nas
mucosas da vagina (alergia a produtos espermicidas, ao látex de preservativos
ou a lubrificantes vaginais inadequados); processos inflamatórios ou
infecciosos na região pélvica (endometriose, doença inflamatória pélvica,
síndrome do cólon irritável, aderências pós-cirurgicas na pélvis, congestão
pélvica crônica, etc.); cistos ou infecções dos ovários; infecções urinárias;
uretrites; cistites; doenças sexualmente transmissíveis; problemas na pele e
nas mucosas da genitália (pós-cirúrgicos, pós-radioterapia e pós-parto); e as
causas físicas mais difíceis, tais como: estreitamento de vagina; vagina curta
demais em relação ao tamanho do pênis do parceiro; corpos estranhos na vagina e
traumas na genitália.
A causa física mais comum da dispareunia, é justamente a dor que
aparece nas primeiras relações sexuais pela natural ausência de adequação
física do casal, e que, em 95% dos casos, desaparece após os primeiros coitos,
originando parcial ou plena sensação de prazer ao casal. Os 5% restantes (casos
de “hímen complacente” e outras doenças), são tratados pelo médico.
3) Como se caracteriza?
A
característica essencial da dispareunia contudo, é a dor genital associada com
o intercurso sexual, que pode variar em intensidade, desde um leve desconforto,
até uma dor aguda, provocando muitas vezes, sofrimento e dificuldades de
relacionamento do casal. As várias causas da dispareunia, levaram a Medicina a
agrupá-las em duas grandes categorias: dores devidas às causas físicas ou devidas
às causas psicológicas conforme a origem da dor.
Dentre as causas psicológicas (as mais frequentes na
dispareunia), devemos destacar: abuso sexual; incesto; tensão e medo do ato
sexual (principalmente devidos a uma educação excessivamente repressora e sem
diálogo nas questões sexuais, experiências sexuais anteriores sem qualquer
prazer ou mesmo traumatizantes e, principalmente, devidos à completa falta de
conhecimento e diálogo acerca da sexualidade, por parte do casal); ansiedade e
depressão (estes quadros em si, tendem a diminuir sensivelmente o libido
(desejo sexual) da pessoa humana e geram situações frustrantes e por vezes,
dolorosas, nas tentativas de repetição); estresse do cotidiano (também diminui
o libido, dificulta o coito, tira todo o prazer da relação sexual e, quase
sempre, gera incômodo e dor, nas frustrantes tentativas de fazer o sexo);
dificuldades no relacionamento conjugal (a lubrificação da vagina ocorre na
excitação da mulher; se antes ou durante a relação sexual houver motivos dela se
sentir nervosa, tensa ou ansiosa, é claro que esta lubrificação não vai
acontecer e em consequência, vai sentir dor no coito); medo de se engravidar ou
situações de aversão ao parceiro (coitos, se tentados, serão dolorosos, pelos
mesmos motivos já expostos); vaginismo devido a traumas psicológicos ligados ao
sexo (vaginismo = espasmos involuntários da musculatura vaginal que interferem
na penetração).
4) Como é feito o
diagnóstico?
O diagnóstico da dispareunia, devido a sua variedade, é baseado
na análise dos sintomas. A metodologia mais eficiente para se alcançar o
diagnóstico certo, é o procedimento do ginecologista que se baseia em três
fontes de informações extremamente importantes para as suas conclusões:
(1) As respostas da
paciente para as seguintes perguntas: Onde é a dor? Como e quando ela apareceu?
Se houve ou não coitos sem dor?
(2) Exame físico da paciente;
(3) Exames laboratoriais (das secreções vaginais) e radiológicos (ultrassom e
ecografia pélvica). A análise dos sintomas de causa psicológica, é feita por um
sexólogo ou por psicoterapeuta.
5) Como se dá o
tratamento?
O
tratamento da dispareunia também vai variar muito conforme causas e sintomas da
dor.
Para a dor de causa física: utilizar um lubrificante vaginal e/ou estimular um
pouco mais o clitóris antes da relação, pode resolver bem o problema da secura
vaginal; antifúngicos e/ou antibióticos para as infecções; hormonioterapia
(principalmente estrogênios) na atrofia vaginal; anti-inflamatórios e/ou banhos
de assento com água morna nas inflamações dolorosas; medicamentos específicos
ou procedimentos cirúrgicos para o casos mais graves de endometriose e de
tumores uterinos (principalmente em miomas) e nos casos do câncer genital.
Para a dor de causa psicológica (cujo tratamento é, normalmente,
bem mais demorado que as dispareunias de causa física): é fundamental o
estabelecimento de uma psicoterapia do tipo cognitivo-comportamental, realizada
em sessões regulares e contínuas, conduzidas por um mesmo terapeuta ou
profissional de sua equipe, ora com a própria paciente sozinha, ora com o
casal, sendo esta última postura de tratamento, bem mais eficiente no controle
e na eliminação da dor, devido a rápida interação dos parceiros entre si e com
o seu psicoterapeuta, na combinação e aplicação de ações práticas que revigoram
a confiança mútua e, em consequência, a sexualidade sadia, prazeirosa e sem
qualquer incômodo ou dor.
Normalmente, o tempo de tratamento da dispareunia provocada por causa física é
quase que imediata após o início dos medicamentos e/ou procedimentos médicos ou
logo depois do tempo de recuperação da cirurgia indicada no caso. O tempo médio
de tratamento da dor gerada por causa psicológica é de 2 a 6 meses, sendo que o
tratamento conjunto do casal, obviamente, reduz substancialmente o tempo da
terapia proposta.
(Artigo retirado da
entrevista concedida pelo Dr. Ricardo Szilard Galgoul, Clínico Geral e
Especialista em Sexualidade Humana, em 2009)
Uma pergunta rápida para vocês: Quem aqui tem alguma dúvida a
respeito da Endometriose??? Creio que todas nós, não é?
Observando e acompanhando nosso blog, percebemos que ao longo
destes 3 anos recebemos muitas, mas muitas dúvidas sobre diferentes assuntos
relacionados à Endometriose e também à Infertilidade. Estas dúvidas surgiam
tanto aqui, em nosso blog, através dos comentários das postagens, como também,
mais recentemente, através dos nossos grupos no Facebook.
E não é prá menos! A Endometriose é uma doença que traz mais
dúvidas que respostas, por isto falamos tanto que ela é enigmática!
Mas, que tal começarmos a desvendar um pouco esta doença tão
complicadinha? Para isto, nada melhor que contar com o apoio de um médico
especialista em Endometriose, não acham?
Resolvemos, então, selecionar algumas perguntas e
convidamos um especialista para respondê-las! Como são muitas dúvidas,
estaremos sempre publicando quatro a cinco perguntas por postagem, assim fica
mais fácil de ler e entender!
Na postagem de hoje, quem está "RespondEndo" é o Dr. Edvaldo
Cavalcante, médico ginecologista especialista em Endometriose e cirurgia
minimamente invasiva (videolaparoscopia e cirurgia robótica). Ele também é
membro da World Endometriosis Society, da American Association of Gynecologic
Laparoscopistis e da AAGL - Advancing Minimally Invasive Gynecology Worldwide.
Importante lembrar que todas as informações contidas aqui são apenas
informativas e não substituem em hipótese alguma a consulta com o seu médico.
1) Se eu
tirar meu útero e os ovários, ficarei curada da Endometriose?
Dr. Edvaldo Cavalcante: Antes de mais
nada, cabe ressaltarque o melhor
tratamento para aendometriose não é a
retirada do útero ou dos ovários. Se
fôssemos pensar em uma atitude tão drástica como esta, é lógico que apenas a
retirada dos ovários levaria a uma melhora
clínica da endometriose, mas assuasconsequências poderiam ser ainda piores.
Colocaria a mulher em um estado de menopausa (osováriossãoresponsáveis pela produção
dos hormônios femininos)comtodasassuasconsequências.
2) Quem
tem "escape", mesmo tomando AC contínuo, pode piorar da Endometriose?
Dr. Edvaldo Cavalcante: Essa hipótese
poderia ser possível, se a causa da endometriose fosse apenas a menstruação retrógrada (refluxo dosangue pelas
tubas uterinas para cavidade abdominal). Como a causa da endometriose ainda é
incerta, nãopodemosafirmarcomcerteza que o escape levaria
a piora daendometriose. Há outros
fatores associados à gênese dessa doença, como:fatores genéticos, imunológicos e hematológicos.Vale lembrar que hápacientes em amenorreia absoluta com uso de
AC com piora clínica da endometriose.
3) Qual o melhor tipo de parto para a portadora de Endometriose: cesário ou normal?
Dr. Edvaldo Cavalcante: Não existe nenhuma relação entre a endometriosee a escolha da melhor via departo. Portanto, a escolha do parto, cesário ou
normal, caberá ao médico e à paciente no decorrer do pré-natal.
4) Quais
são os sintomas da Endometriose nos nervos? Como descobrir?
Dr. Edvaldo Cavalcante: Quando uma
lesão de endometriose está associada a algum nervo, o principal sintoma é a
dor. Adepender dalocalização dalesão, podemos encontrar maiorou menor intensidade da dor. Segundo
alguns estudos,lesões localizadasem Septo-retovaginal,por estarem
maispróximas das fibras nervosas,geralmente se manifestam commaior intensidade
de dor que as lesões peritoneais ou ovarianas, respectivamente.
Para
diagnóstico do possível comprometimento de alguma fibra nervosa, vale a investigação minuciosa da queixa clínica e de todas as suas manifestações. Os exames de imagem podem ser úteis para a orientação diagnóstica. A cirurgia por
videolaparoscopia pode confirmar o comprometimento da fibra nervosa. Podemos exemplificar abaixo o nervo hipogástrico livre e
comprometido por fibrose:
Nervo Hipogástrico Direito Livre
Fibrose (nódulo) em N. Hipogástrico esquerdo antes da cirurgia terminar
Nervo Hipogástrico Esquerdo sem Fibrose após término da cirurgia
5) Quanto tempo, em
média, o corpo leva para formar novas aderências e/ou fibroses após um
procedimento cirúrgico? Elas desaparecem com algum tipo de medicação? Todas as
pessoas que fazem cirurgia, formam aderências?
Dr. Edvaldo Cavalcante: A cavidade abdominal é
revestida por uma fina membrana denominada peritônio. O processo de
aderência se inicia juntamente com o processo de cicatrização. A partir
de uma resposta do peritônio às diferentes agressões como: infecção, irritação
química e trauma direto (cirurgia), desencadeando uma resposta inflamatória
local. As aderências não respondem (não desaparecem) ao uso
de medicação e são formadas na grande maioria
das cirurgias, com intensidade variável. Presentes em até 93%
das laparotomias (cirurgia convencional) e menos frequentes nas cirurgias
por videolaparoscopia. Algumas estratégias podem ser utilizadas na
prevenção das aderências: alguns cuidados na técnica operatória e o uso de
algumas barreiras físicas de proteção (barreiras mecânicas sólidas, barreiras
bioabsorvíveis em forma de gel ou filmes).
Olá amigas e amigos do Gapendi!! Esperamos que todos tenham tido uma excelente passagem de ano!
Iniciando nossos trabalhos, é com grande orgulho e alegria que escrevemos nossa primeira postagem de 2013 para parabenizar a fan page do Gapendi no Facebook: "Endometriose Online". Esta página foi criada depois de percebermos a necessidade de termos um meio de comunicação que pudesse juntar todas as informações mais recentes sobre a endometriose, além de mostrar a realidade das portadoras e reivindicar nossos direitos, através de postagens criativas e interativas. Ao longo do ano, publicamos informações preciosas sobre a Endometriose, envolvendo questões como o diagnóstico, tratamento, as recentes pesquisas, as novas medicações, entre outras. Também idealizamos e editamos diversas postagens com imagens que tiveram grande aceitação e muitos compartilhamentos. Porém, umas das grandes conquistas da página foi servir como meio de protesto contra a maneira como as Portadoras de Endometriose têm sido tratadas atualmente em nosso país: com total descaso. Muitas pessoas não sabem, mas a Endometriose é uma doença que custa muito caro, e poucas são as portadoras que tem acesso a um tratamento digno e de qualidade. A página Endometriose Online procurou mostrar esta realidade diversas vezes, para alertar nossos governantes e reivindicar nossos direitos como portadoras de uma doença crônica. Sabemos que ainda somos "pequenas" perto do que gostaríamos de atingir, mas a idealização desta fan page já foi um grande começo para atingirmos nossos objetivos. E estamos felizes com a existência desta página. Em apenas um ano, a página Endometriose Online ganhou muitos fãs, além de várias "curtidas" e compartilhamentos. Também respondeu diversas dúvidas das portadoras, procurando sempre orientá-las da melhor maneira possível. Temos certeza que a união entre as portadoras e todas as pessoas que abraçam a nossa causa foi o que fez a página crescer e ganhar destaque. E é exatamente esta união que representa o nosso "logo":
Então, hoje é dia de festa! E queremos agradecer e convidar a todos para festejar conosco e continuar colaborando com a nossa página, compartilhando entre os seus contatos, enviando sugestões e comentários, para que assim a Endometriose possa ser muito mais conhecida! Se você ainda não curtiu a fan pageEndometriose Online, clique aqui e aproveite para conhecer todas as postagens já publicadas! Até breve!
Ufa!
Chegamos ao final do ano! Esta é aquela época em que paramos para fazer uma
retrospectiva sobre todas as coisas boas que aconteceram em nossas vidas, os
projetos que realizamos, as metas que alcançamos.
Para nós, a boa
surpresa de 2012 foi poder contar com mais um ano de apoio e participação de
todos vocês no grupo! Apesar de todas as dificuldades que encontramos nessa
nossa jornada com a endometriose, podemos considerar o ano de 2012 como
positivo para o GAPENDI.
Neste ano, criamos a
nossa fan page Endometriose Online que teve como principal objetivo
aumentar as possibilidades de informações e divulgação sobre a doença, através
de postagens dinâmicas e lúdicas conseguindo, assim, alcançar um publico
diferenciado e diversificado, incluindo não apenas as portadoras, mas também
seus familiares, amigos, profissionais da área de saúde, dentre outros.
Terminamos o ano com quase 2.000 “curtidas” e muitos compartilhamentos das
imagens e textos publicados.
Em 2012, também tivemos um aumento expressivo na quantidade de membros
participantes do nosso grupo no Facebook. Hoje, com mais de 2.100 membros, este
grupo acolhe não apenas as portadoras, mas também toda e qualquer pessoa que
abrace a nossa causa e mostre interesse em nos ajudar a divulgar a doença. Assim,
o nosso principal objetivo com este grupo foi o de divulgar, informar, prestar
apoio e orientação às portadoras e seus familiares sobre diversas questões
relacionadas à endometriose. Vale lembrar que este é um grupo “fechado”, o que
dá maior privacidade aos relatos das portadoras.
Porém, a grande novidade em 2012, foi a ramificação do nosso grupo principal,
de onde surgiu o “Gapendi – só para portadoras”. Como o próprio nome diz, este
grupo é formado exclusivamente por portadoras de endometriose, não sendo
permitida a entrada de nenhuma outra pessoa, como amigos, familiares ou
médicos. Foi uma ideia única e original que acabou sendo considerado, por
todas, como um cantinho especial onde podem ser abordadas as questões mais profundas
e intimas das portadoras, de maneira totalmente privada e segura. Neste grupo,
também foi possível cultivar a amizade, a união, o apoio mútuo. O sucesso foi
tão grande que hoje já contamos com mais de 600 portadoras que solicitaram a
sua participação e foram recebidas com muito carinho. Podemos dizer que temos
ali uma grande família de mulheres fortes e guerreiras.
Por falar em mulheres
guerreiras, diversas cirurgias foram realizadas em 2012 e o Gapendi acompanhou
todos os procedimentos de perto, criando um tópico específico para orações e
torcida. Cada cirurgia bem sucedida representava uma alegria para todas do
grupo! Graças ao bom Deus, todas as cirurgias foram realizadas com sucesso e as
portadoras seguem em busca da tão sonhada e almejada qualidade de vida.
Outra grande felicidade
para o grupo foi o que chamamos de "baby boom" do Gapendi! A cada
positivo, uma vibração, torcida, alegria, lágrimas de felicidade e, acima de
tudo, uma grande esperança para todas aquelas que sonham com a tão esperada
maternidade. Parabéns a todas as mamães do GAPENDI! Temos certeza que em 2013
muitas outras portadoras “tentantes” serão abençoadas com este presente lindo!
Seja através da gestação ou da adoção!
Em relação ao blog,
tivemos o privilégio de contar com a parceria de alguns médicos especialistas
em endometriose que gentilmente cederam seus textos ou entrevistas,
engrandecendo, assim, o nosso trabalho com informações corretas a cerca da
nossa doença, que é tão enigmática. Somos muito gratas pela colaboração destes
excelentes profissionais!
Ah, claro! Não podemos
deixar de mencionar nosso “Endoencontro” deste ano! Realizado na cidade de São
Paulo, em uma casa de chá, o encontro foi literalmente uma delícia! Foi
maravilhoso poder estar algumas horas juntas, rindo, felizes, em um momento
único de confraternização com mulheres lindas e guerreiras. Em 2013 teremos
muito mais!
Enfim, neste ano que
passou, tivemos tratamentos realizados com sucesso; outros nem tanto... Porem
sempre houve uma palavra de apoio, carinho, troca entre as participantes do
grupo e é isso que esperamos em 2013!
Temos muito orgulho por
tê-las no “GAPENDI” e por termos construído essa família tão unida, cheia de
energia positiva, sempre prontas para ajudar umas às outras e repleto de
amizades verdadeiras.
Desejamos que esse ano
que se inicia seja repleto de saúde, sucesso nos tratamentos, qualidade de vida
restauradas, sonhos realizados, positivos confirmados, mais Endoencontros para
gargalharmos, informações e experiências compartilhadas, portadoras ajudadas,
carinhos multiplicados, amizades somadas a cada dia, alegria transbordada,
esperanças renovadas e FÉ sempre!
Olá a todos! Hoje vamos falar um pouco sobre um tipo de endometriose que pode acometer os nervos. Para isto, contamos com a colaboração do médico ginecologista Dr. Nucélio Lemos, responsável pelo ambulatório de Neurodisfunção Pélvica da UNIFESP, que gentilmente nos cedeu alguns textos para publicarmos nesta postagem.
Agradecemos desde já ao Dr. Nucélio e esperamos que este texto possa tirar muitas dúvidas que sempre surgem a respeito deste tema.
Segue o artigo:
"Importante causa de dor pélvica crônica e esterilidade, a endometriose é uma doença relacionada ao endométrio, o tecido que reveste a parte interna do útero.
Com atividade controlada pela ação dos hormônios femininos, as células do endométrio se multiplicam para servir de suporte da gestação, oferecendo as condições necessárias para a implantação do embrião e formação da placenta. Caso a gestação não aconteça, o tecido descama e é expelido pelo organismo em forma de fluxo menstrual. Começa, então, um novo ciclo.
Há casos em que o endométrio se desenvolve fora do útero, nas cavidades pélvica ou abdominal, ou acometendo órgãos como trompas, ovários, intestinos ou bexiga, caracterizando a endometriose. Este tecido passa a ser estimulado mensalmente, da mesma maneira que o tecido de dentro do útero, pelos hormônios femininos. Assim, mensalmente se espessam e sangram, podendo infiltrar e provocar aderências entre as estruturas vizinhas, prejudicando a função dos órgãos acometidos e causando dor pélvica crônica. A inflamação e as aderências geradas pela endometriose podem levar à infertilidade.
A endometriose pode acometer as pacientes de diferentes formas, em diferentes regiões do corpo. Por este motivo, diversos podem ser os sintomas. Contínuos ou intermitentes e de intensidade variável, os sintomas e sinais geralmente apresentam piora durante o período perimenstrual.
O diagnóstico e estadiamento da endometriose já pode ser feito por meio da ressonância magnética e ultrassonografia transvaginal com preparo de intestino, realizadas por um radiologista especializado e capacitado no diagnóstico da endometriose. O diagnóstico definitivo é feito pela biópsia por laparoscopia.
A Endometriose nos nervos
A endometriose é uma doença benigna; porém, apresenta uma característica invasora semelhante ao câncer do colo do útero, se disseminando por toda a pelve e, às vezes, por porções mais distantes do organismo.
Entre as estruturas que a endometriose costuma invadir ou comprimir estão os nervos pélvicos. Ocorre, que ainda não se sabe diagnosticar a infiltração dos nervos pélvicos por meio da ressonância magnética nem da ultrassonografia; assim, a dor nas pernas ou na região glútea e as alterações urinárias e intestinais decorrentes da invasão nervosa raramente são creditadas à endometriose. Por meio das técnicas diagnósticas e cirúrgicas da neuropelveologia, é possível tratar por completo a endometriose que invade ou envolve os nervos.
A primeira vez em que se constatou a invasão por endometriose no nervo ciático aconteceu em 1955. De lá para cá, a invasão por endometriose já foi verificada em praticamente todos os nervos do plexo sacral (nervos que saem da coluna vertebral em direção a pelve, pernas e pés), bem como nos nervos obturador e pudendo. As consequências variam conforme o nervo acometido.
Sintomas
Os sintomas do acometimento de nervos pela endometriose são: dor em cãibra, choque ou queimação com irradiação para a região glútea ou para as pernas; sensação de forte desejo evacuatório ou urinário, mesmo na ausência de urina ou fezes na bexiga e no reto; sensação de perda urinária iminente, mesmo com pequenas quantidades de urina na bexiga; dor ou desconforto à evacuação; incontinência urinária e anal e dificuldade de se locomover. Esses sintomas podem ser constantes ou aparecer somente no período menstrual.
É muito importante relatar ao médico a ocorrência frequente desses sintomas durante o período menstrual já que eles sugerem que a endometriose esteja atingindo nervos e requer investigação por meio de avaliação neurofuncional pélvica. Neste caso, é necessária a cirurgia neurofuncional para remover essas lesões.
Cirurgia
Ainda, caso a endometriose esteja invadindo a região do septo retovaginal, é essencial que a cirurgia seja feita com laparoscopia de alta definição e neuroestimulação intra-operatória, no intuito de preservar os nervos da bexiga e do reto, que têm alto risco de lesão em cirurgias para tratamento da endometriose.
Devido à tendência a se desenvolver próximo aos nervos pélvicos, característica da endometriose, muitas vezes ocorre lesão inadvertida dos mesmos durante a cirurgia. Isso pode causar paralisia da bexiga ou diminuição da sua capacidade de eliminar urina, às vezes levando à necessidade de sondagem para esvaziar a bexiga. O mesmo pode acontecer com o reto. Em alguns destes casos de sequelas cirúrgicas, pode-se tentar implantar um neuroestimulador, para "sobrecarregar" as fibras nervosas remanescentes, no intuito de devolver, ao menos em parte, o controle sobre as funções urinária e evacuatória.
Além disso, mesmo após a remoção completa da endometriose, o próprio processo de cicatrização pode levar ao surgimento de novos vasos sanguíneos ou fibrose, comprimindo os nervos ou raízes sacrais, resultando em novas dores. Tanto a remoção da endometriose remanescente, quanto da fibrose e dos vasos neoformados sobre os nervos da pelve podem ser realizadas por meio de técnicas da neuropelveologia.
Contribuição da neuropelveologia para as pacientes com endometriose
A neuropelveologia pode ajudar as pacientes com endometriose de três maneiras:
1. a primeira, já citada acima, é permitindo o tratamento da endometriose que acomete os nervos pélvicos;
2. a segunda é pela prevenção da lesão dos nervos que acometem a bexiga durante a retirada de lesões que se encontrem nas proximidades desses nervos;
3. a terceira é a reabilitação de pacientes que tiveram as funções urinária e evacuatória por uma cirurgia pélvica prévia, para tratamento da endometriose ou de outras doenças pélvicas.
Quando realizada por técnicas laparoscópicas tradicionais, o tratamento radical da endometriose infiltrativa pode causar lesões nervosas importantes em cerca de 5% dos casos, com perda da capacidade de contração e eliminação de urina da musculatura da bexiga, que perde o controle nervoso. Os casos com maior risco de lesão nervosa são os casos em que o nódulo se encontra mais baixo, na vagina, no reto ou no septo retovaginal. A preservação nervosa no tratamento cirúrgico da endometriose é realizada por meio de uma técnica especial para evitar a lesão inadvertida desses nervos, denominada Laparoscopic Neuronavigation (LANN Technique). Com esta técnica, o risco de alterações vesicais por lesão nervosa cai para menos que 1%.
No caso de pacientes que já sofreram lesão dos nervos por um procedimento cirúrgico radical e ficaram com problemas urinários, fecais há a opção do implante de um neuroestimulador, que por meio de "sobrecarrega" dos nervos restantes, tentará devolver a contração da bexiga."
Dr.
Nucelio Lemos,Coordenador
científico do site Neurodisfunção Pélvica.Graduado pela
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo em
2003. Concluiu o Doutorado em Medicina, área de concentração em
Tocoginecologia, nesta mesma instituição em 2008. Cursou
Fellowship em Neurodisfunções Pélvicas pela International
School of Neuropelveology, na Klinik Hirslanden, Zurique, Suíça.
O Setor de Neurodisfunções Pélvicas é coordenado pelo Dr.
Nucélio que, desde 2010 desenvolve seu Pós-Doutorado em
Ginecologia na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), com
as linhas de pesquisa "Diagnóstico e Tratamento das
Neurodisfunções Pélvicas, Disfunções do Assoalho Pélvico e
da Dor Pélvica
Para exemplificar, abaixo publicamos um vídeo que conta a história de uma paciente que apresentava Endometriose no Nervo Ciático. Esta história foi contada pelo canal Discovery.