terça-feira, 6 de maio de 2014

ESPECIAL DIA DAS MÃES: Conheça a história da Endomamãe Thereza Christina Griep!!!!

Oláa!!

Continuando os nossos post´s sobre as mamães portadoras de Endometriose, hoje trazemos a história da nossa amiga Thereza Christina Griep, de Araguari/MG
A Thereza sempre sentiu dor, desde a primeira menstruação!! Como muitas portadoras, sempre procurou médicos e todos diziam que as dores eram normais! Até que aos 28 anos junto com as dores intensas, ela também começou a apresentar hemorragias!!! Em 2013, ela finalmente operou e logo em seguida procurou ajuda de médicos especialistas em reprodução humana e acabou descobrindo que o exame do Hormonio Anti- Mulleriano dela estava muito baixo. 
Para quem não conhece e não sabe que exame é esse, o Hormônio Anti-Mulleriano (HAM) é um exame de sangue simples, porém usado como marcador da reserva ovariana usado em técnicas de Reprodução Assistida. Esse hormônio, quase sempre, dosa o estoque de células germinativas e a qualidade de óvulos estocados nos ovários. Por isso é tão usado por alguns médicos especialistas em reprodução humana.
Voltando a história da nossa amiga Thereza, vale a pena ler pois é surpreendente!!


"Minha história começa a 15 anos atrás, quando fiquei menstruada pela primeira vez. Nos primeiros ciclos não senti nada, mas com 6 meses comecei a sentir cólicas absurdas sempre com muito vomito. Quando completei 16 anos, ou seja um ano após a menarca minha mãe me levou no ginecologista para ver o que estava acontecendo e a ginecologista falou que era normal e me receitou anticoncepcional para diminuir as cólicas, realmente funcionou nos primeiros meses eu melhorei muito das dores durante os ciclos menstruais.
Com 17 anos tive uma crise de dor, desmaiei e vomitei muito, fui parar no ambulatório da escola que eu estudava, disseram que eu estava com pressão baixa e hipoglicemia, tomei soro, medicação e pronto.
Mais dois anos se passaram e eu estava com 19 anos veio a próxima crise de dor, muito vomito, comecei a apresentar febre junto com as dores e fui parar no Pronto Socorro, o médico me examinou e disse, você está com apendicite, vou te colocar no soro, você irá receber remédio para a dor e veremos como será a evolução, depois de 3h internada a dor, o vomito e a febre passaram e o médico me liberou dizendo que eu tinha um tipo de apendicite raro que inchava e desinchava e por isso não precisava operar.
Esse mesmo episódio da dor crônica se repetiu mais duas vezes, uma com 20 anos e depois com 22 anos tive outra crise, e nesta o médico que me atendeu no Pronto Socorro me mandou ir em um gastro e na ginecologista pois eu poderia estar com algum outro problema no ovário ou no intestino. Procurei uma nova médica e fiz diversos exames que não chegaram a diagnostico algum nem no ovário e nem mesmo no trato gástrico.
O tempo passou e as dores incomodavam muito, mas como todos os médicos que eu ia diziam ser normal, eu imaginava que estava tudo bem.
Com 28 anos tive um episódio grave de hemorragia, fui parar 3 x no hospital e ninguém sabia me informar o que gerou a tal hemorragia, a qual me levou a um quadro de anemia. A hemorragia passou e retornou 7 dias após, foi então que consultei com um especialista ele avaliou, mas não pode me examinar devido ao fluxo muito forte, o quadro e exatamente como ele disse após x dias a hemorragia passou e conforme orientação dele e da minha ginecologista suspendi o anticoncepcional. Ai começaram as dores novamente, só que agora mais fortes a cada mês, resolvi tentar engravidar, já que não estava tomando remédio e de jeito nenhum conseguia um positivo, fizemos vários exames e o máximo que conseguimos foi descobrir que eu tinha um cisto no ovário.
Fiquei nesta luta por um ano, foi um ano de cólicas insuportáveis, idas sem fim ao Pronto Socorro e mais duas indicações de cirurgia, agora para a retirada do ovário direito, devido a um cisto que tomou uma proporção gigantesca e que me fazia sentir dores insuportáveis, não deixei o médico operar, para aguentar as dores eu tomava uma quantidade infinita de medicações para a dor e os exames que nunca chegavam a diagnostico nenhum. Cheguei a tomar medicação forte de 4 em 4h para a dor durante 15 dias do mês, pois as dores me incapacitavam de tudo, somente com a medicação eu conseguia ter uma vida +- normal.
Após um ano de dores, exames e nenhum diagnostico a médica me disse que eu tinha algum problema para engravidar, que ela não sabia o que era e me mandou procurar um especialista.
Minha cunhada que é medica me levou em um especialista em Endometriose e na primeira consulta em 20\12\12  ele me examinou e na mesma hora veio a bomba:
“ Você tem endometriose profunda, seu intestino tem um tumor enorme que está fechando o mesmo e comprimindo o útero, do jeito que está você nunca irá engravidar! Os médicos que você foi até hoje nunca viram seu problema? Você nunca sentiu cólica? Você nunca teve problemas no intestino durante o ciclo menstrual? Isso ai não se formou esses dias, faz uns 15 anos que vem evoluindo seu problema. Precisamos fazer uma cirurgia para retirar este tumor e ver o que mais está acometido, pois seu caso não é dos mais simples e não sei o que poderemos encontrar e nem o que poderemos salvar no seu caso”.
O choque foi enorme, saímos do consultório chorando, sem saber ainda direito o que era endometriose e o que ela poderia causar.
Foram necessários 15 anos de muito sofrimento, muita dor, para somente após tudo isso eu descobrir que tinha endometriose e nunca fui tratada como era necessário? Por que nossos médicos e ginecologistas não sabem e não entendem esta doença para podermos iniciar o tratamento logo no início? Como ainda é possível num mundo globalizado e com tanto informação como são os dias de hoje?
Bom fizemos todos os exames e dois meses depois do diagnostico estava eu no centro cirúrgico para a videolaparoscopia para a retirada dos cistos e do tumor que acometia o intestino. Dia 28\02\2013 começou a cirurgia as 07:00h da manhã  e acabou mais de 14:00h,  foram retirados 20cm do meu intestino, junto com o tumor, o ovário e trompa esquerda, um pedação do ovário direito pois havia um grande endometrioma dentro dele, mais diversos cistos na pelve, sem contar na adenomiose que também constava no laudo da ressonância. Foi feito a biopsia de tudo e como já era esperado, todas as peças eram de endometriose. O médico optou por não usar nenhum tipo de medicação e me indicou engravidar como tratamento, já 30 dias após a cirurgia.
Após os 30 dias, procurei três especialistas em fertilidade os quais pediram mais um monte de exames, todos deram normais, porem como fiquei apenas com um pedacinho do ovário direito minha reserva ovariana ficou muito baixa, meu HAM é 0,24. O primeiro médico em Uberlândia avaliou o caso e veio o diagnóstico, sua chance de engravidar mesmo com a fiv é de 1%. Eu e meu marido não acreditamos no diagnóstico e fomos em outros dois médicos, um em Uberlândia e outra em Porto Alegre, a ultima médica em Porto Alegre avaliou meu caso e disse que minha chance era reduzida, mas que eu iria conseguir, me liberou tentar engravidar naturalmente com coito programado somente por 4 meses, infelizmente não consegui, e tivemos que partir para a FIV, pois a endometriose poderia voltar e eu perder o pedacinho de ovário que sobrou.
Em setembro de 2013 fiz a fiv, tomei doses altíssimas de hormônios para que meu pedacinho de ovário respondesse a estimulação, conseguimos 5 óvulos, porem um estava cego, então ficaram 4, os 4 fertilizaram. Em 28\09\13 fizemos a transferência dos dois melhores embriões.
Em todo o tratamento que é caro e desgastante, nada foi pior que esperar os 10 dias depois da transferência para ver se deu certo ou não. No dia anterior ao beta tive um pequeno sangramento e fui dormir com muito medo de ter dado tudo errado. Fomos cedo para o laboratório e meu marido não teve coragem de ir comigo buscar o resultado, pensei um monte de coisas e quando peguei o resultado fiquei sem saber o que fazer, depois de muitos beta negativos, um beta com o valor de 464 depois de 10 dias da transferência era um sonho sendo realizado. Então dois dias depois do Beta fizemos o primeiro ultrassom e veio a maior surpresa, não era um bebe e sim dois, os dois embriões colocados pegaram.
Agora já estou no final da gestação, os bebes estão com 34 semanas e são enormes, minha gestação foi muito tranquila, não tive nenhum tipo de enjoo, vomito, nenhum descolamento e nenhum grande desconforto, a não ser um pouco de falta de ar, mas também com dois meninões na barriga nada mais natural. Os bebes são enormes e estão muito saudáveis.
Meninas não desistam do tratamento e nem dos seus sonhos, mesmo se vocês encontrarem médicos que não sabem tratar nosso problema, ou de médicos que nos dão diagnósticos muito tristes e frustrantes, nós podemos vencer a endometriose e além ter uma vida normal, podemos sim realizar nossos sonhos."




Agradecemos muito a Thereza por ter aceito o nosso convite e ter compartilhado conosco essa sua história, já que sabemos que muitas tentantes, quando realizam o exame do Mulleriano, ficam aflitas e tristes quando o resultado é baixo!! Com isso acabam indo para o processo de FIV descrentes e desmotivadas!!! 
Sua história, Thereza, só nos prova que quando Deus quer, nada impede contra e que não podemos desistir jamais dos nossos sonhos!!! Que seus bebês venham com toda saúde e que encha sua vida de toda felicidade!!!

Gostaram?!!! Amanhã vamos trazer mais uma linda história de uma portadora de endometriose e que conseguiu realizar o sonho da maternidade!! Não percam!

Até a amanhã!!!

Equipe GAPENDI
Marília Rodrigues
Luciana Diamante 




Como em todos os depoimentos enviados para o GAPENDI, o nome dos médicos são ocultados do texto. Quem tiver interesse em saber o contato do profissional, entre em contato através do nosso email: gapendi@hotmail.com

5 comentários:

  1. Lindo demais. 1% com Deus já é suficiente! Um parto abençoado! Bjs

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  2. Depois de ler essa história linda que é igual a minha meu coração se encheu de expectativa e alegria,pois vi que com fé e esperança tudo é possível!Muito obrigado mulheres que dividem suas histórias conosco,pois isso é muito importante para nós....A vc Tereza Cristina que deus abençoe vc e seus lindos bb e que vc curta cada momento ao lado deles.

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  3. Que linda historia fico feliz em saber que algumas pessoas podem realizar seus sonhos eu queria muito ter outro filho mas não tenho condições financeiras pra isso mas fico feliz com cada positivo que leio nos depoimentos parabéns

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  4. Linda história. Como sempre digo força, foco e fé é o que tem que nos acompanhar sempre. Parabéns endoamiga, endoguerreira e agora endomãe.

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  5. Minha historia é parecida com a sua, 8 cirurgia uma delas colostomizada, 3 FIV sem sucesso e na luta que meu dia chegará.

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