segunda-feira, 5 de maio de 2014

ESPECIAL DIA DAS MÃES: Conheça a história da Endomamãe Gizela Lucy!!!!

Olá!!!!


Essa semana, para muitas portadora de Endometriose, acaba sendo sofrida por ser a semana que antecede o dia das mães!! Sabemos que Endometriose, além das dores físicas, trás também uma dor emocional intensa para aquelas que têm o sonho da maternidade!!
Estima-se que 30 a 40% de mulheres inférteis, submetidas à laparoscopia, apresentam diagnóstico de Endometriose, o que sugere uma ligação muito próxima entre a doença e a dificuldade para engravidar. Para irmos mais longe, a Endometriose é a principal causa de infertilidade feminina. Inclusive, já falamos sobre a Infertilidade e a Endometriose aqui no nosso blog!
Porém, sabemos que muitas portadoras, inclusive nos nossos grupos no Facebook, conseguem realizar o sonho da maternidade! Seja este sonho vindo naturalmente, através do auxílio da Reprodução Assistida e/ou pela Adoção.
Para aquelas que pensam em engravidar naturalmente e/ou através da técnica de reprodução humana, o diagnóstico inicial e o acompanhamento com médicos especialistas na doença é essencial. Já para as que pensam em realizar o sonho através da adoção, paciência é fundamental para lidar com a burocracia que todo processo exige!! 
Não importa a forma como seja, o importante mesmo é nunca desistir!!!
Por isso mesmo, ao longo dessa semana, vamos tá postando diariamente depoimentos com histórias fantásticas de portadoras com endometriose que realizaram o seu sonho da maternidade!! São 5 lindas e emocionantes histórias reais, vividas por portadoras que frequentam os nossos grupos no facebook!
Queremos com isso incentivá-las, motivá-las e mostrar que mesmo com a Endometriose podemos sim realizar o sonho da maternidade!!!! Hoje vamos tá contando a história da nossa amiga Gizela Lucy, de Brasilia!! 
A Gizela, assim como muitas das portadoras de Endometriose, sempre teve dores intensas no período menstrual e só teve o seu diagnóstico anos depois!! Por conta disso, ela teve que realizar 4 cirurgias, sendo que na terceira retirou focos no útero, ovário, bexiga, intestino, apêndice e reto, além de ter saído com uma bolsa de ileostomia no lado direito da barriga! Vale muito a pena ler e conhecer a história dela!!


"Minha primeira menstruação veio aos 14 anos e de lá, até outubro de 2012, mês da minha cirurgia de endometriose, convivi com as cólicas, hoje estou com 37 anos. Nos primeiros anos tudo parecia normal, como se as cólicas menstruais fizessem parte de um ciclo mensal que tinha de passar por ele, mas com o passar do tempo as coisas foram piorando. Em 1998, descobri um cisto raro no meu ovário direito, do tamanho de uma laranja, o que me levou a primeira cirurgia para retirada do ovário. E o tempo foi passando, cólicas aumentando, mas quando a gente ainda não pensa em ser mãe, tudo nos parece normal, não é mesmo?
Em 2009, foi a vez do ovário esquerdo, outro cisto, o que realmente me preocupou, já era noiva, então veio o medo de perder o único ovário e a possibilidade de não engravidar me apavorou. No entanto, desta vez somente foi preciso retirar parte do órgão e preservar a produção dos óvulos. Nesta segunda cirurgia, também veio o diagnóstico de endometriose no reto. Perguntei ao médico se aquilo também teria sido tratado e ele disse que sim, que havia cauterizado. Tão logo me recuperei da cirurgia já comecei a tentar engravidar e, ao parar de tomar o anticoncepcional, as cólicas vieram com intensidade máxima.
A cada mês as coisas iam piorando, dores me impossibilitavam até de andar, pois com o foco no reto, irradiava para a perna e eu não conseguia sair da cama. Remédios não faziam efeitos, era esperar os dias passarem. Foi aí que, por misericórdia de Deus, fui a uma médica que vendo os meus exames, ligou imediatamente para outro especialista em endometriose, aqui em Brasília, que me atendeu prontamente, pediu outros exames e diagnosticou corretamente a endometriose em seu alto grau, infiltrativa, mas a extensão e a gravidade somente poderiam ser vistas no momento da cirurgia, durante a vídeolaparoscopia.
Então, fui pra minha terceira cirurgia, desta vez com o ginecologista especialista em Endometriose e Proctologista, o procedimento levou quase 7 horas, onde foram retirados os focos no útero, ovário, bexiga, intestino, apêndice e reto. Além disso, acordei na UTI com uma bolsa de ileostomia no lado direito da barriga, sim, um pedaço do meu intestino estava para fora do meu corpo e permaneceria alí, por um bom tempo. Ela foi necessária, já que a endometriose criou aderências no reto, local que sofreu um encurtamento e por isso da ileostomia, para possibilitar a devida cicatrização. A partir daí senti que Deus me carregou no colo, pois passei os 10 dias mais sofridos da minha vida, não comia, não dormia, vomitava muito, tive crise de ansiedade, não conseguia ficar parada sequer um minuto, acho que fiz uma maratona andando pelo hospital com meu marido, que foi o meu pilar em todos os momentos, mas consegui passar por essa segunda fase de dor.
Em casa, sofri com as cólicas intestinais, a dor era maior que as cólicas menstruais, mas também consegui passar por isso. Três meses depois marcamos a reversão da ileostomia, e eu fui fazer exames pré-operatórios, dentre eles tinha o Beta HCG (gravidez), que fiz sem esperanças, pois a indicação médica após a cirurgia era a fertilização in vitro, que já seria feita logo após a reversão da íleo. Mas para surpresa geral, o exame deu positivo, eu estava grávida de 6 semanas!!! Foi o momento mais mágico da minha vida, saber que eu carregava um milagre dentro de mim, que chegou de mansinho para amenizar toda a dor.
Com a gestação, não pude reverter a ileostomia, pois a prioridade era a vida do bebê naquele momento. Passei toda gestação convivendo com meu intestino olhando pra mim, a quem chamava de lagartinha, mas a alegria de ser mãe foi maior que qualquer sentimento ou depressão.



No dia 02 de setembro de 2013, nasceu Maria Luíza, Malu, minha luz, paixão de mãe, tenho milhões de adjetivos. Desse dia em diante minha vida se encheu de luz e eu vivo a maternidade com intensa alegria. Passados 6 meses, fiz a reversão, no momento ainda estou me recuperando, mas a minha princesa até nesta hora foi companheira e segurou as pontas sem a mamãe enquanto eu estava no hospital.
Uma coisa eu digo Endoamigas, mesmo diante de todos os acontecimentos, eu nunca perdi a fé e a esperança de ser mãe. Mesmo na dor, nunca me revoltei, mas procurei em mim e na minha abençoada família a força e a paz que precisava.
Se eu sofri? Não mais que todas vocês, e já que não temos escolha entre sofrer ou não sofrer, apenas suportar e, mesmo com as pontuais recaídas e desânimos, busquei escolher o que é possível e cabível a mim: mudar a postura, encarar de frente, com a confiança de que tudo aquilo seria passageiro, sem desistir do sonho de poder engravidar, este era o meu foco, e sabia que as dores fariam parte deste processo. Força Endoamigas, sejam ousadas na fé, é isso que Deus espera de nós!"





Agradecemos muito a Gizela a confiança e por ter nos ajudado mandando sua história para publicarmos na nossa semana!!! Sua história só nos enche de esperança e mostra que, as pessoas têm a terrivel mania de dizer que "Portadoras de Endometriose grave e com situações complicadas, não engravidam!" estão completamente enganadas!!! 

E não esqueçam: durante toda essa semana postaremos depoimentos de mulheres portadoras de Endometriose que conseguiram realizar o sonho da maternidade!!! Por isso mesmo, não desaminem, meninas!!!!


Até a amanhã!!!



Equipe GAPENDI
Marília Rodrigues
Luciana Diamante


Como em todos os depoimentos enviados para o GAPENDI, o nome dos médicos são ocultados do texto. Quem tiver interesse em saber o contato do profissional, entre em contato através do nosso email: gapendi@hotmail.com

4 comentários:

  1. Nossa que história. Mas nos mostra que mesmo o processo sendo demorado,sofrido e desesperador nós conseguiremos. Força, foco e fé endo amigas.

    ResponderExcluir
  2. Que linda a história!!! Isso é mais um milagre de Deus!!! parabéns pela história e que Deus continue te abençoando cada dia mais!!!
    Parabéns Gapendi pela iniciativa!!!

    ResponderExcluir
  3. Nossa me arrepei,Parabéns Mulher Guerreira!!Essa merece ser Chamada De Mae!!bjs

    ResponderExcluir
  4. Essas historias nos enche de esperança. Que Deus continue te abençoando Gizela.

    ResponderExcluir