terça-feira, 26 de novembro de 2013

AS CONSEQUÊNCIAS CAUSADAS PELA ENDOMETRIOSE NA VIDA DE SUAS PORTADORAS



Olá, queridas seguidoras e seguidores!

Muita gente pode não acreditar, mas a Endometriose pode ser devastadora para a vida da mulher. Talvez até possamos dizer que estamos lidando com uma doença destruidora de sonhos, de projetos de vida, de desejos, de relacionamentos. Exagero? Não! Nem um pouco.

A própria imagem acima já nos mostra quantas áreas e aspectos da vida da mulher podem ser afetados por esta doença! E ainda tem gente que considera a Endometriose uma doença de "mulher fresca". Dá para acreditar? Por isto, cada vez mais a informação se torna algo necessário para que a doença seja mostrada exatamente como ela é, incluindo todos os aspectos difíceis que muitas vezes são omitidos em reportagens, entrevistas, na mídia e etc.

Por isto, nesta postagem, vamos publicar um texto escrito pelo ginecologista especialista em Endometriose, Dr. Marco Aurélio Pinho de Oliveira, que nos foi gentilmente cedido e que fala um pouco sobre a Endometriose e suas difíceis consequências para a vida das portadoras.


Informe-se e divulgue!

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Quando a saúde compromete a vida profissional
O afastamento do mercado de trabalho é apenas uma das consequências da endometriose, mal que acomete cerca de sete milhões de brasileiras
 Andrea Lira Lanhas menstruou aos 11 anos e a partir dos 13 passou a sentir muitas cólicas e dores abdominais. Ao procurar o médico foi informada de que aquilo era normal mas, não satisfeita, procurou por outras opiniões. Entre o primeiro sintoma e o diagnóstico correto passaram-se 19 anos:ela sofria de endometriose, um mal que atinge de 7 a 10 milhões de brasileiras e é a principal causa de infertilidade no sexo feminino.
Ao longo desse tempo, Andrea foi extremamente prejudicada pela doença. Além de não ter conseguido engravidar, como a dor causada pela endometriose é frequente e muitas vezes intolerável, é comum que as mulheres tenham que se afastar de suas atividades laborais. “Meu rendimento caia muito por causa das dores. Precisava tomar anti-inflamatórios ao longo do dia para aguentar”, explica.
Hoje, aos 42 anos, após duas laparoscopias e uma tentativa frustrada de fertilização in vitro, a comerciante conquistou a tão sonhada qualidade de vida. “Tomo pílulas anticoncepcionais de uso contínuo, que impedem o crescimento de outros focos. Ainda sinto alguns incômodos e volto ao médico de seis em seis meses para acompanhamento, mas nada que atrapalhe meu dia a dia”, conta Andrea, que pretende tentar uma nova fertilização no ano que vem. “Quero muito ser mãe”, diz.
Crença de que sentir dor é normal atrasa o diagnóstico em sete anos
De acordo com o ginecologista Marco Aurélio Pinho de Oliveira, membro da Comissão Nacional de Endometriose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), é importante que, assim como Andrea, as pessoas entendam que sentir dor durante o período menstrual não é normal. “A cólica incapacitante em adolescentes é o primeiro sintoma. A ideia de que sentir dor ao menstruar não é nada demais é uma das razões para o diagnóstico tardio”, explica. “Por ser uma doença que acomete quem está em idade reprodutiva, mulheres de todas as idades podem desenvolver a endometriose”, completa.
Pinho de Oliveira observou que casos como o de Andrea, em que o intervalo entre o primeiro sintoma e o diagnóstico pode levar anos, são mais comuns do que se pensa. Estudos apresentados durante o último Congresso Mundial de Endometriose (Montpellier, França) apontaram para um retardo de sete anos em média, fenômeno presente em vários países, incluindo o Brasil.
Mas afinal, o que é essa doença que afeta a vida de tantas mulheres? “Consiste na presença do endométrio, que é a camada interna do útero, em outros locais”, diz Pinho de Oliveira, que também dirige o Ambulatório de Endometriose do Hospital Universitário Pedro Ernesto, ligado à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Ele explica que, no momento da menstruação, parte do sangue eliminado passa pelas trompas e cai dentro da barriga. Ele contém células que têm a capacidade de crescer em locais como o ovário. “Quando o sistema imunológico responsável pela defesa do organismo não consegue eliminar essas células tem início o processo que leva à endometriose”, completa.
Repercussões
A doença afeta as mulheres de várias maneiras. “A vida conjugal, por exemplo, pode ser prejudicada pelas queixas de dor na relação sexual e pela ausência de gravidez”, explica o ginecologista. Mas as cólicas, a infertilidade e as dores durante a relação sexual não são os únicos sinais. “Dor com irradiação para a raiz da coxa ou para o ânus e desconforto para evacuar (às vezes acompanhada de diarreia) ou para urinar durante o período menstrual também são sintomas da doença”, esclarece.
Prevenção, diagnóstico e tratamento
Como o estabelecimento da endometriose necessita da presença da menstruação, qualquer tratamento que consiga bloqueá-la por um tempo prolongado pode impedir ou dificultar o crescimento dos focos. “Existem alguns medicamentos hormonais que são normalmente usados para esse fim”, diz Marco Aurélio Pinho de Oliveira. No caso de mulheres que já sofrem da doença, é importante estimular o conceito de prevenção secundária, ou seja, impedir ou dificultar o avanço.
De acordo com o especialista, o toque ginecológico pode revelar nódulos fixos e dolorosos na parte posterior do útero. “O toque retal também pode detectar o envolvimento dos tecidos em torno dele e do reto”, informa. A coleta de sangue venoso para dosagem do Ca-125 é outra aliada e pode ser utilizada, especialmente quando realizada no período menstrual.
Mas a certeza do diagnóstico só pode ser dada por meio da biópsia feita durante a laparoscopia. “O procedimento consiste na introdução de uma microcâmera através de um pequeno corte no umbigo e na manipulação da cavidade abdominal com instrumentos cirúrgicos delicados”, explica. "A alta qualidade da visão obtida nessa cirurgia permite a ressecção precisa dos focos de endometriose, minimizando a formação de aderências, com o consequente aumento das taxas de gravidez”, completa.
É importante salientar que a endometriose não é um câncer e não leva à morte. Porém, ainda assim, não se pode garantir a cura definitiva, mesmo com o tratamento adequado. “Mas a dor e os sintomas da doença podem ser bastante reduzidos, preservando inclusive a fertilidade”, explica Pinho de Oliveira.
Marco Aurélio Pinho de Oliveira
Chefe do Ambulatório de Endometriose do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE - UERJ);
Membro da Comissão Nacional de Endometriose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo);
Membro da Diretoria da American Association of Gynecologic Laparoscopists (AAGL).

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Até a próxima!

Equipe Gapendi
Luciana Diamante
Marília Gabriela
Entre em contato conosco:
gapendi@hotmail.com

5 comentários:

  1. Eu aos 39 anos de idade tenho dois filhos um de 23 e o outro de 17anos,tive algumas hemorragias,a ultima que me deu fiquei 23 dias sangrando sem parar e não deu outra fui parar no pronto socorro,e lá o medico fez a coretragem e diagnosticou que eu tinha uma doença grave,mas não me disse o nome da doença,mas falou que independente dos resultados do laudo eu teria que retirar o útero,procurei outro médico e conversei com ele e falei que eu estava decidida a retirar meu útero,então ele pediu todos os meu exames e eu fiz imediatamente porque eu já estava cansada de sentir tanta dor e de perder sangue sem falar que retirei um mioma muito grande.
    Fiz a sirurgia no outro mês e durante a cirurgia o meu médico descobriu que eu sou portadora da endometriose,depois da ciruigia ele foi ao meu quarto e me falou que eu fiz o certo ter opitado pela remoção do útero,ele me disse que meu útero estava colado com o meu intestino e colado também no ovario,então me sugeriu um tratamento durante oito meses a base de allurene,se não desse resultado eu teria que passar por uma outra cirurgia mas dessa vez pelo computador ,e eu já estou no sexto mês e senti melhoras não sinto nenhuma dor mesmo eu estando com o colo do útero ainda dentro de mim,sinto inchaço na barriga,tem dia que estou desinchada e me sinto novinha,,,Bem acho que nâo vou precisar fazer outra cirurgia,seja o que Deus quiser,obrigada pelo espaço amiga!!!!

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    1. Olá, Rosinéia! Obrigada por deixar aqui seu depoimento! Que bom que está conseguindo o controle da endometriose. Que continue assim e que você não precise mesmo de nova cirurgia! Muita força para você! beijoss!

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  2. Boa noite
    vcs do GAPENDI tem algum medico pra me indicar especialista em endometriose, pod c em sao paulo mesmo, c tiver na baixada santista seria maravilhoso....Aguardo Obrigada

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  3. Fui diagnosticada o ano passado, aos 27 anos. Foi devastadora a notícia e ao mesmo tempo me trouxe alívio, afinal, não sou fraca ou sensível, sou muito forte, fui julgada a vida toda e aguentei firme, me esforcei muito pra levar uma vida normal e sofri calada.
    Hoje sei a guerreira que sou e me basta. Um mês após o diagnóstico fui submetida a uma cirurgia em que tiraram o ovário e a trompa esquerda. NÃO me sinto melhor. As dores pioraram, além das cólicas de antes, agora sinto uma dor insuportável do lado esquerdo, como se o meu corpo cobrasse os órgãos que faltam ali. Meu vida foi me programar e planejar a maternidade, o que está cada vez mais distante, pq maior que a dor de não poder ser mãe é a dor dessa doença, elas estão tão insuportáveis que ultimamenteultimamente me dá ânsia.
    E ela pode até não matar, mas no meu caso, meu corpo não se recupera da quantidade de sangue que perde e tenho uma anemia crônica. E isso sim pode matar.

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  4. Raika Andrade29 de novembro de 2013 16:20
    Boa noite
    vcs do GAPENDI tem algum medico pra me indicar especialista em endometriose, pod c em sao paulo mesmo, c tiver na baixada santista seria maravilhoso....Aguardo Obrigada

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