segunda-feira, 10 de março de 2014

HISTÓRIA DA NOSSA AMIGA PATRICIA CÓRDOVAS

Olá!!!

Faz tempo que não trazemos histórias das nossas amigas e companheiras de grupo, ne?! Pedimos desculpas a vocês mas a história de hoje vai recompensar a demora!
A Patricia de Córdovas, mora em Florianópolis, e nos enviou um email contando um pouco da sua luta com a endometriose! A história dela é bem interessante e um pouco diferente da grande parte das portadoras! Ao contrario de muitas de nós, a Patricia só descobriu a doença depois da segunda gestação! Isso é bom para mostrar que a teoria que a gravidez cura a doença é mito!!
A luta de Patricia foi e é grande, ao todo mais de 10 cirurgias até ficar com a qualidade de vida restaurada!! E agora ela sofre com a possibilidade da filha de 16 anos ser uma futura portadora da doença! 
Vamos lá?!!

"Meu nome é Patrícia de Córdova Quadros, tenho 42 anos. Menstruei com 11 anos, e desde então meu fluxo sempre foi intenso e as cólicas fortes, naquela época se dizia normal ter cólica, se tratava com chás e remédios que na maioria das vezes não faziam efeito. Assim foi até os 17 anos quando acabei engravidando, fui mãe aos 18 de um menino, Roger, hoje com 24 anos, e então iniciei os anticoncepcionais. 
Tomando as pílulas não tinha dor e meu fluxo era normal. Tudo certo até que com 26 anos esqueci de comprar a bendita cartela de anticoncepcional, falei para meu marido, que naquela altura já era nosso segundo casamento, ele também tinha um menino do primeiro casamento, hoje com 22 anos. Achamos que depois de 8 anos tomando anticoncepcional não iria engravidar assim tão fácil... lei do engano, não deu outra... fiquei grávida. 
Em dezembro de 1997 nasceu minha filha Luíza. Em seguida voltei a tomar as pílulas, 2 anos depois meu marido fez vasectomia com o intuito de  parar os anticoncepcionais, aí sim começou meu martírio. 
Começaram as cólicas insuportáveis e o fluxo intenso! Faltava mensalmente (pelo menos 2 dias) o trabalho, virava um bicho, dor insuportável! Minha ginecologista dizia pra voltar a tomar as pílulas que passava, ela era minha médica há 12 anos e confiava nela. 


Meu marido achou inconcebível isso! A atendente da farmácia onde ele comprava todos os meses um monte de remédio para dor, o indagou do porque de tantos remédios, ele falou e ela deu o número do telefone da médica dela e disse pra marcar uma consulta.
De tanto meu marido insistir marquei. Foi ai que conheci a Endometriose! Minha primeira videolaparoscopia foi no mesmo ano da primeira consulta. De cara perdi um ovário e uma trompa e fizeram uma limpa, pois estava com vários focos da endo, fiz tratamento com o tão famoso zoladex, mas mesmo assim sofria demais, física e emocionalmente. 
Tinha dias de pedir a Deus me matasse, pois a dor era insuportável. E assim foram anos de sofrimento mais de 10 cirurgias, acredito que umas 12, depois da oitava parei de contar. Tirei 23 cm do reto (intestino), quando fui fazer a colonoscopia nem conseguiram, o tubo não passava de tão fechado que estava. Perdi também um pedaço da bexiga ano passado. 
Hoje estou somente com um ovário para não entrar na menopausa, até porque essa doença que para mim é maligna (um câncer)  não tem cura e pode voltar com a reposição hormonal. 
Hoje a endo esta controlada. Pela primeira vez estou tendo uma vida mais normal graças aos meus atuais médicos e ao gastro que operou meu intestino.  Pessoas que levam a profissão a sério e com amor.

Minha filha hoje tem 16 anos,  levei-a para sua primeira consulta ao ginecologista assim que ficou menstruada aos 12 anos. Tudo normal, mas de um ano pra cá começaram as cólicas fortes e o fluxo intenso, isso já me deixou apavorada!
Levei-a a minha ginecologista que aconselhou anticoncepcional sem intervalo para não menstruar, pois ela é uma forte candidata a ter endometriose por minha causa, hereditariedade. No inicio foi difícil pois ela teve alguns sintomas até se adaptar, como depressão e escapes de sangue, aguardamos 3 meses conforme orientação da médica, que seria o período para o organismo se adaptar, e graças a Deus deu certo.
Hoje ela não sente dor e não sangra, vou continuar a supervisionar os sintomas, não quero que ela sofra nem um pouco o que sofri, que ela sinta desejo de morrer, que chore sem poder fazer nada. 
Espero que mães com endo que tenham filhas, fiquem de olho, não queremos que as futuras gerações conheçam essa doença terrível. Queremos uma geração feliz e cheia de saúde para poder gozar de todas as coisas boas que a vida pode trazer. Espero poder ajudar com a minha história.

Beijos à todas essas guerreiras que dia a dia lutam para ter melhor qualidade de vida, mesmo sendo portadoras da endometriose.

Se você também quer nos contar a sua história de luta com a doença, escreva e mande para o gapendi@hotmail.com

Teremos o maior prazer de publicar aqui no nosso blog!!


EQUIPE GAPENDI
LUCIANA DIAMANTE
MARÍLIA RODRIGUES


Um comentário:

  1. Minha filha acabou de fazer 13 anos e ano passado já a levei pra minha gineco. Portadora de endo que sou, sei o quanto é importante o acompanhamento o mais cedo possível. A gineco informou que a chance dela ter endo é maior por ter mãe portadora. Por isso, cuidemos também das nossas meninas!!!

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