terça-feira, 10 de setembro de 2013

A ENDOMETRIOSE E A GRANDE VITÓRIA DA MINHA VIDA!

Olá!!!

Como a nossa postagem contando um pouco da história da nossa amiga Mayara foi um sucesso, resolvemos trazer um outro relato hoje!! Dessa vez vamos contar a história da nossa amiga querida Ana Flávia Miranda. A Aninha, como é carinhosamente chamada por nós, participa do grupo GAPENDI desde inicio, na época em que ainda tínhamos a nossa comunidade no orkut! Seu sonho sempre foi a maternidade, porém, como muitas de nós, a Ana Flávia encontrou no meio do caminho a Endometriose. Alguém pensa que ela não realizou ou desistiu desse sonho?!! Vale a pena ler essa história de muito amor!!


"Casei-me aos 26 anos, no ano de 2007, tudo lindo do jeito que sempre sonhei. Fiz os exames pré nupciais e logo comecei a tomar o anticoncepcional, já que os planos para um bebê tinham data marcada para começar: janeiro de 2009. Mas havia algo errado, todo mês muitas cólicas, desde os meus 12 anos de idade, e a impressão que eu tinha é que estava piorando depois de casada. Não agüentava mais tantos remédios, idas ao PA, bolsa de água quente, faltas no trabalho... Voltei ao médico, dessa vez me pediu um ultrassom e bingo: Um cisto no ovário e com grandes chances de ser um endometrioma. 
E de lá foram muitos exames, ultra com preparo, colonoscopia, exame de sangue e o diagnóstico: Endometrioma no ovário esquerdo, focos sugestivos de endometriose no reto-sigmóide e útero sacro. E a grande e inesperada notícia, você não poderá ser mãe. Como assim???? Era dezembro de 2008, faltava um mês para as tentativas, meu mundo desabou, nem a revelação que eu teria que passar por uma videolaparoscopia me doeu tanto, chorei muito...

Procurei um dos melhores especialistas de BH,  a cirurgia foi marcada para maio de 2009 e no dia marcado lá estava eu, rodeada pelos meus familiares,  na mesa de cirurgia passei por uma das experiências espirituais mais profundas, era muita luz e eu estava confiante. Na volta da cirurgia recebi a melhor notícia da minha vida, eu poderia ser mãe, e assim que recuperasse já poderia começar as tentativas. Mas, passou o tempo e nada acontecia, resolvemos investigar a parte masculina e daí a decepção, varicocele, meu marido tinha poucas possibilidades de ser pai. Novamente senti o mundo desabar, mas ele também optou por passar por cirurgia.

Depois de muito sofrimento, resolvemos colocar em prática um plano, algo que havíamos conversado quando noivos, a adoção. Não foi fácil, fui mal recebida na vara da infância, alegaram que não estavam aceitando novos pedidos, devido à nova lei de adoção, chorei,pensei em desistir mas eu tenho um endomarido guerreiro.  Fomos à luta! Paramos numa rádio conhecida, colocamos a “boca no trombone” e entramos com a papelada.

Enfim, depois do curso, entrevistas e visita em casa, fomos habilitados para adoção. Todo este processo durou seis meses. Na entrevista, perguntei a assistente social quanto tempo demoraria para meu filho chegar, ela me respondeu que como nosso perfil não tinha restrição de cor, aceitávamos doenças tratáveis, qualquer sexo e até três anos, o tempo esperado seria de um ano. Sim, eu não queria um bebê, não tinha preferência por sexo, cor, eu queria um filho... 

Um dia tive um sonho, sonhei com um garotinho que parecia ter uns três anos, ele corria alegremente pelo corredor do condomínio onde morávamos. Nesta noite eu tive a certeza, seria um menino. No outro dia comecei a esvaziar o quarto, doei os móveis, compramos tinta, pintei o quarto de amarelo, coloquei os nichos e o único presente, dado pela futura madrinha, minha Irmã, um ursinho abençoado em Aparecida do Norte. Eu estava grávida do coração, ansiosa, lia tudo sobre a adoção e sonhava com sua chegada. Cinco meses depois, eu recebia o telefonema que mudaria as nossas vidas. Havia um menino, de dois anos e meio, negro, a psicóloga queria saber se desejávamos conhecê-lo, é claro q sim, era uma sexta feira, e só saberíamos mais sobre ele na segunda. 


Começou o meu trabalho de parto, dolorido, cheio de ansiedade, que durou um fim de semana inteiro. Na segunda-feira diante da assistente social e psicóloga ficamos sabendo da história dele. Nossa, foi muito para minha cabeça! Meu coração parecia que ia explodir mas precisávamos ir ao abrigo para ver essa criança e fomos. Chegamos ao local, vários bebês dormiam em seus carrinhos, escutava barulho de crianças crescidas no fundo da casa, mas o meu não se encontrava. Ficamos esperando sua volta (ele tinha consulta no dia), quando ele chegou, eu literalmente levei um grande susto, como assim???  Parecia um bebê  de um ano e pouco, usava fralda, não falava, mal conseguia andar, tinha um olhar triste e ficou muito ressabiado em nos ver. Aquele seria o meu filho???? Ah, mas é claro q seria, DEUS faz tudo perfeito e aquela criança estava predestinada a nossa vida, ao nosso coração. Foram alguns meses de estágio de convivência e fui vendo meu bebê se modificar, a dar seus primeiros sorrisos, vir em nossos colos, brincar, dar o primeiro beijinho no papai (ele não sabia o que era beijar), então nossos fins de semana passaram a ser de muita alegria, era muito bom cuidar, trocar fraldas, preparar toddy, dar banho mas no final do domingo uma grande melancolia, tinha que devolver ao abrigo,  escutava ele chorando quando o deixávamos e era a pior, e melhor fase da minha vida. Enfim, depois de dois meses, a guarda saiu e nós recebemos a autorização para buscá-lo de vez. Lembro como se fosse hoje, levei roupinha, sapatos, meias, até fralda, meu bebê estava saindo da maternidade e o meu sentimento de mãe, já aflorado, gritava lá dentro, que eu jamais deixaria que ele voltasse para aquele lugar.





Licença adoção, alguns meses de adaptação, as cólicas voltaram, então resolvi a voltar com anticoncepcional e não tentar um biológico nunca mais. Os meses foram passando e o amor aumentando, o meu filho passou a ser a minha vida, o meu mundo, ele enchia nossa casa de luz, alegria, nossa família estava radiante e a sensação que ele esteve sempre aqui. No mesmo ano de sua chegada, por um mês parei com o anticoncepcional e no mês seguinte me descobri grávida. Foi alegria total, mas durou pouco, tive um aborto espontâneo com 13 semanas de gestação, um choque, muitas dores, duas curetagens e uma vídeo para retirar o restante da placenta. Parecia o fim do mundo, mas foi em meio a essa dor, que eu descobri a maior força que uma mulher pode ter, eu precisava lutar, eu precisava sair da depressão, eu tinha um filho, amoroso, inteligente, sedento de uma família a minha espera. Descobri o quanto eu amava o meu filho adotivo, e que por ele  venceria qualquer dor. 


Muitas coisas mudaram desde então, minha vida, meu trabalho, minha casa.  Passei a viver por ele, e não me arrependo nem por um minuto, eu fiz a melhor escolha da vida, amar sem ter laços biológicos, amar sem preconceitos, amar sem limites. Depois disso tudo tive a opção de fazer uma fertilização, até comecei, mas aquelas injeções, as dores da estimulação me trouxeram de volta a realidade, graças a DEUS, eu não preciso, e nem precisava disso para ser mãe. MÃE com todas as letras, admiro quem faz essas tentativas, torço por cada mulher com endometriose, espero que todas  realizem o seu sonho da maternidade, mas o que eu posso dizer é que a fertilização não é a única maneira para se chegar até esse sonho, um filho adotivo é como um biológico,  vem por outras vias, pela via do amor. Mulheres, eu venci e venço a endometriose todos os dias, afinal eu sou mãe, realizada e muito FELIZ!!!!!!!!!!!!! Ah e quem conhece meu filho sabe o quanto ele é lindo, cativante, feliz e amoroso. Ele é tudo que pedi a DEUS... A endometriose, eu agradeço, ela trouxe para minha vida o melhor presente, a maior vitória e a verdadeira Maternidade!


Agradecemos muito a confiança da Ana Flávia em aceitar o nosso convite dividindo conosco a sua história de amor! Nós que a conhecemos antes da maternidade, com certeza, conseguimos ver todas as mudanças que seu filhote fez! Uma mudança, sem dúvidas, para melhor!!
Sabemos que a adoção, infelizmente, ainda não é encarada por todas com facilidade e tranquilidade!!  Mas caso você tenha ficado interessada, separamos um link do blog Adoção Brasil, detalhando passo a passo os passos necessários para entrar no Cadastro Nacional de Adoção!! http://www.adocaobrasil.com.br/p/qual-e-o-passo-passo-para-adotar-uma.html

Caso queira publicar sua história aqui no blog do GAPENDI, escreva seu depoimento para gapendi@hotmail.com 
Teremos o maior prazer em publicá-lo aqui no nosso cantinho!! Estamos esperando!!

EQUIPE GAPENDI
Marília Rodrigues
Luciana Diamante

5 comentários:

  1. Lindo depoimento , quem tem endometriose e não consegue engravidar passa por tantas dúvidas, tantas provações, é importante ouvir histórias de quem conseguiu realizar o sonho de ser mãe.

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  2. Que linda essa história de amor incondicional!

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  3. Também aconteceu comigo.... Tentei inseminação, fertilização... e quando ia tentar nova fertilização aconteceu a adoção, um menino lindo, minha vida, minha paixão.... desisti dos tratamentos p/ engravidar. Entendo perfeitamente quando vc diz que seu filho do coração é tudo que vc pediu a Deus, p/ mim tbem é assim.

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  4. Eu entendo muito bem sua história. Faz um mês e meio que tive que retirar um pedaço do intestino, o meu útero e meu último ovário por causa da endometriose. Eu poderia estar desesperada com essa situação, pois o meu sonho sempre foi ser mãe, mas Deus é tão bom que colocou o desejo de adotar no meu coração e no coração do meu endomarido.
    Agora estamos "grávidos" esperando ansiosos pela chegada do nosso filho (a).
    Não vejo a hora de entregar a ele todo o amor que guardei por tanto tempo e durante tantos momentos de lutas.
    Se eu não tivesse endometriose jamais pensaria na adoção, por isso, apesar das circunstancias, agradeço a Deus por tudo!

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  5. Parabens ANA SUA HISTORIA LINDA E VC FOI ABENÇOADA POR DEUS,EU TENHO ENDOMETRIOSE SEI Q NÃO POSSO TER FILHOS, É UMA LUTA CD DIA DA MINHA VIDA E PENSO EM ADOTAR PEÇO A DEUS TODOS DIAS QUE TOQUE O CORAÇAO DO ME ENDOMARIDO PARA ADOTARMOS....TE ADMIRO QUE DEUS TE ABENÇOE....

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