Certamente
muitos já devem ter lido sobre isto, até porque também escrevemos sobre este assunto
aqui no blog, no texto “O Diagnóstico da Endometriose – parte 1”, mas hoje
vamos tentar entender um pouco mais sobre os motivos desta demora no
diagnóstico.
Para
aqueles, que acompanham as ações do Gapendi, no último dia 23 de março, realizamos um Super Endoencontro em comemoração ao mês da conscientização da
Endometriose, promovendo a palestra “ConhecEndo a Endometriose”.
Este
evento foi extremamente importante para trazer mais informações sobre a doença,
não apenas para as portadoras (que estiveram presente em peso), mas também para
seus familiares e amigos que as acompanharam, e que no geral, não conhecem
profundamente sobre a Endometriose, mas tiveram oportunidade de ouvir e aprender
um pouquinho sobre esta tão enigmática doença.
Estiveram
presentes conosco especialistas reconhecidos, trazendo (cada um na sua área)
preciosas informações sobre a Endometriose. Um destes especialistas foi a Dra.
Luciana Chamié, médica radiologista especialista no diagnóstico por imagem da
Endometriose Profunda e parceira do Gapendi.
Dentre
as valiosas informações que a Dra. Luciana nos trouxe, no início de sua
apresentação, ela nos mostrou os motivos pelos quais o diagnóstico da
Endometriose têm sido tão tardio. (Vocês poderão conferir tudo que a Dra. Luciana
explicou no vídeo que preparamos abaixo).
Para
tentar entender vamos relembrar os sintomas mais comuns da Endometriose e
depois enumerar os motivos que levam à demora no diagnóstico.
Como
sabemos, os sintomas mais frequentes da Endometriose são:
· Dismenorreia = é a famosa cólica menstrual.
· Dispareunia = é a dor durante a relação sexual.
· Dor pélvica crônica = seria a cólica menstrual sentida fora do período menstrual. Em alguns casos, as dores da Endometriose podem ser constantes e persistentes, não se limitando apenas durante a menstruação.
· Sintomas intestinais e urinários = Em alguns casos, desconforto ao evacuar e urinar podem estar presentes como sintomas da endometriose.
· Infertilidade = dificuldade em engravidar. Pesquisas demonstram que entre as mulheres que apresentam a infertilidade, 50% delas são portadoras de Endometriose.
· Dismenorreia = é a famosa cólica menstrual.
· Dispareunia = é a dor durante a relação sexual.
· Dor pélvica crônica = seria a cólica menstrual sentida fora do período menstrual. Em alguns casos, as dores da Endometriose podem ser constantes e persistentes, não se limitando apenas durante a menstruação.
· Sintomas intestinais e urinários = Em alguns casos, desconforto ao evacuar e urinar podem estar presentes como sintomas da endometriose.
· Infertilidade = dificuldade em engravidar. Pesquisas demonstram que entre as mulheres que apresentam a infertilidade, 50% delas são portadoras de Endometriose.
Pois
bem. Seria muito simples se uma mulher chegasse ao consultório do ginecologista
queixando-se de cólica menstrual e ele levantasse a hipótese de ser uma
possível endometriose e começasse a investigar. Mas, infelizmente não é assim
que acontece! Mas, por quê?
Vamos
tentar listar abaixo alguns motivos que tornam difícil, demorado e complicado o
diagnóstico precoce da Endometriose:
1) AUSÊNCIA DE
SINTOMAS
Apesar
de toda aquela relação acima dos sintomas mais comuns da Endometriose, estamos
diante de uma doença muito “caprichosa”, pois ela não se manifesta igual em
todas as mulheres.
Desta
forma, enquanto algumas são extremamente sintomáticas, apresentando todo tipo
de dor, outras simplesmente não apresentam qualquer sintoma relacionado à dor.
Muitas
destas pacientes assintomáticas acabam descobrindo que são portadoras somente
quando começam a tentar engravidar e não conseguem. Então, procuram um
especialista em Reprodução Humana que ao investigar, descobre a Endometriose.
Outras vezes, a descoberta se dá por acaso, em uma cirurgia abdominal qualquer,
em que o médico consegue visualizar as lesões da doença durante o procedimento.
Por
isto, este “capricho” da Endometriose (que é a ausência de sintomas), em
algumas mulheres, acaba contribuindo para um diagnóstico tardio. E muitas
vezes, estas pacientes estão com a doença avançada, mesmo sem apresentar dores.
Entretanto, vale lembrar que é muito mais comum a presença de sintomas do que a
ausência. São poucas as mulheres que apresentam a endometriose, sem ter nenhum
tipo de sintoma relacionado à dor.
2) SINTOMAS INESPECÍFICOS
Se
por um lado a ausência de sintomas atrapalha no diagnóstico precoce da
Endometriose, por outro a presença não quer dizer que seja mais fácil para a
doença ser diagnosticada!
Alguns
dos sintomas da Endometriose podem ser confundidos com outras patologias que
são, digamos assim, mais “conhecidas”. Desta
forma, uma dor ou desconforto intestinal pode ser entendido, por exemplo, como sendo
um sintoma da Síndrome do Intestino Irritável (SII) ou Retocolite. A mulher, então, é
encaminhada para um gastroenterologista que começa a fazer um tratamento que
muitas vezes não surte qualquer melhora. Da mesma forma, uma mulher com dor
para urinar pode receber o diagnóstico de Cistite Intersticial, e também fazer um tratamento
prolongado que não lhe alivia das dores.
Esta
confusão nos sintomas, ou seja, estes sintomas inespecíficos que confundem os
médicos, podem tornar o diagnóstico correto muito demorado, agravando ainda mais
o quadro de Endometriose que, como sabemos, é uma doença progressiva (piora com
o passar do tempo).
3) DIFICULDADE NO
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Como dissemos acima, a Endometriose é uma doença
caprichosa. Ela gosta de se esconder e por vezes é complicado diagnosticá-la
apenas clinicamente, mesmo quando estamos diante de médicos preparados e bem
informados, ou como gostamos de dizer, “especialistas”.
O médico ginecologista precisa levar em
consideração o histórico de dores que a paciente apresenta, ou sua queixa de
infertilidade, e imediatamente supor que possa ser a Endometriose.
A partir do momento que levanta esta hipótese, ele
precisa saber realizar um exame clínico adequado. Geralmente, um bom
especialista, consegue perceber, através do exame de toque, nodulações ou
espessamentos que podem sugerir a presença da doença. Porém, nem sempre é
possível perceber ou apalpar, pois algumas lesões estão em locais que não podem
ser sentidas através do exame clínico.
Além disto, outro cuidado a ser tomado (quando
falamos do diagnóstico clínico) é em relação a um marcador, conhecido como CA125.
Ele é utilizado por muitos médicos para confirmar o diagnóstico da Endometriose
por ser um exame fácil de ser realizado, já que é medido através de uma simples
coleta de sangue. Infelizmente, como explicou Dra. Luciana durante a
palestra, este exame não é preciso, podendo aparecer com taxas “normais” mesmo
para pacientes com a forma mais grave da doença.
Todas estas dificuldades clínicas, também podem
dificultar o diagnóstico da Endometriose, e é preciso ter um médico
extremamente experiente para saber conduzir a paciente até que se chegue ao
diagnóstico definitivo e possa iniciar o tratamento correto.
O problema, no entanto, é encontrar este “médico
experiente”. E isto nos leva ao quarto motivo pelo qual o diagnóstico da
Endometriose é tardio:
4) DESCONHECIMENTO E DESPREPARO DOS MÉDICOS
Lamentavelmente,
precisamos dizer que boa parte das portadoras descobriu a doença tardiamente
porque foram “vítimas” de médicos ginecologistas totalmente despreparados e
desinformados a respeito dos sintomas da Endometriose.
É
tão triste quando lemos ou ouvimos relatos de portadoras dizendo que seus
ginecologistas lhe afirmavam que ter cólica menstrual é normal e que passaria
assim que se casassem!
Impressionantemente,
em pleno século 21, ainda existem médicos ginecologistas dizendo isto! Muitas
mulheres poderiam ter sido poupadas de anos e anos de sofrimento se seus
médicos fossem mais informados a respeito de uma doença tão ginecológica!
Muitos nem sequer sabem que existem exames de imagem específicos para diagnosticar a endometriose e continuam enviando as pacientes para fazer exames de rotina que pouco mostram sobre a doença!
Chega
a ser irônico um ginecologista dizendo que cólica menstrual é normal. E é mais
irônico, ainda, um grupo de mulheres (leigas em medicina) dizendo para eles que
estão errados e que cólica menstrual não é normal e precisa ser investigada!
Para
mim, este é um dos principais motivos do diagnóstico tardio da Endometriose.
5) FALTA DE
INFORMAÇÃO
Logicamente
não poderíamos deixar de citar que a falta de informação sobre a Endometriose,
seja das próprias mulheres, seja dos médicos, é uma grande vilã da nossa
doença!
Este,
aliás, foi um dos motivos que nos levou a criar o GAPENDI, pois notamos o
quanto a Endometriose é uma completa desconhecida da população em geral, dos
nossos governantes e até dos próprios médicos.
Lutamos
para isto mudar e acreditamos que o pouco que fazemos surte algum efeito, mas
sabemos que ainda é preciso ter uma campanha nacional sobre a prevenção desta
doença tão cruel que rouba os sonhos das mulheres e destrói sua qualidade de
vida!
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Quem
quiser conferir as explicações que a Dra. Luciana Chamié deu (sobre este assunto) durante a palestra, assista ao vídeo abaixo! Lembrando que o vídeo é "caseiro", e editamos para mostrar o trecho da apresentação em que ela faz uma pequena introdução e depois outro trecho onde explica sobre os motivos que tornam o diagnóstico da Endometriose complicado e tardio.
E,
colabore conosco, espalhando este texto em seu perfil do Facebook ou outras
redes sociais nas quais participa. Desta forma, você também estará colaborando
para que o diagnóstico da Endometriose comece a ser precoce e não mais tardio!
Fiquem
ligados! Nos próximos textos, traremos mais dados importantes que foram falados
durante nosso evento!
Beijos
a todos e até a próxima!
Luciana Diamante
Marília Gabriela
minha irmã tem endometriose profunda, já atingiu o canal retoseptovaginal, para piorar a situação dela ela tem problema no sangue, um tal de fato 8 e cardiolipina,não sei explicar direito, é um problema de coagulação, se ela tomar aticoncepcional corre o risco de ter uma trombose, ela até já chegou a tomar anticoncepcional junto com uma injeções subcutâneas na barriga para não trombosar, mas mesmo assim a médica hematologista suspendeu, pois ela estava inchando muito, quase que trombosa. Ela tem que tomar todo dia um bufferin, por favor nos deem uma luz, pois ela sofre demais.
ResponderExcluirMeu nome é Eliane, estou neste impasse estou desde setembro com um sangramento menstrual que passa de 15 dias e vem mais de 2 vezes no mês as dores de cólica e dor na relação estão cada vez pior, já fiz desde então 2 ecografia, 2 pré câncer, e fiz segunda 08/04 outra colposcopia, exame de clamídia, urina que deu que estava com sangue na urina; então minha ginecologista pediu pra que eu fizesse uma ecografia das vias urinarias que deu como resultado um calculo diminuto no rim direito, fui ao urologista por indicação dela e simplesmente tudo o que minha ginecologista não me falou este médico me disse. Que este calculo que aparece não é nada pra se preocupar na verdade meu problema é que tenho endometriose, agendei uma conversa com outra ginecologista que entende mais desta doença pra 16/04, estou em panico não pra onde recorrer mais, os exames de rotina nada detectam, usei desde setembro do ano passado 3 pomadas vaginais, remédios pra infecção mas as dores o desconforto abdominal continuo a sentir, dor ao urinar ao evacuar...
ResponderExcluirPor favor me ajudem, moro em Caxias do Sul/ RS estou muito desesperada.
Infelizmmente td que li em relacao ao dispreparo medico e verdadeiro. Estou sofrendo com a doenca a 2anos e ja fui a 2 ginscologista. E eles sabem que tenho endometriose e so me indicam anticocepcional qie tomo sem sucesso menhum no tratamento enquanto isso as dores contnua. E meu sonho de engravida fica mas dificil de realizar
ResponderExcluirFui diagnosticada com endometriose a mais ou menos 9 meses. Tomo Allurene. E agora venho tendo colicas fortes com sangramentos quando ando e quando faço esforço. É normal? Desde o dia 9/1 estou assim e minha medica diz que é normal. O que faço?
ResponderExcluirmeu nome eh Fatima,
ResponderExcluirDesde a minha primeira menstruação, sentia fortes muitas cólicas e os fluxos eram abundantes. Depois de muitos anos sofrendo, e indo a varios ginecologistas, descobri que tenho endometriose. atraves de uma trans vaginal e abdomen total. Comecei, então, uma peregrinação a vários médicos. A doença para mim era uma grande incógnita. Continuo sofrendo ao logo do mes, com dores insuportaveis, nao posso ter relaçoes sexuais prazerosas pois a dor eh insuportavel, nao aguento mais... to com deprssao, minha qualidade de vida ta uma porcaria, e o pior nao tenho condiçoes financeiras de fazer a cirurgia e o tratamento que eh muito caro... nao vejo mais saida.. to muito mal...