Olá!!!
Hoje vamos trazer a história da nossa amiga Fabíola Rocha. Muitas de vocês já conhecem a Fabíola dos nossos grupos no Facebook e/ou do Movimento "Tratamento Infertilidade para Todos" porém, poucos conhecem exatamente a história de perseverança e garra da nossa amiga!!!
A Fabí, como é carinhosamente chamada, sempre teve o sonho da maternidade, desde que casou. Porém, no meio do caminho para a realização deste sonho, ela descobriu a Endometriose grau II.
Ao todo, a Fabíola já fez, 6 Fertilizações InVitro e, infelizmente, teve 2 abortos no meio desse caminho!! O mais genial da Fabíola é que, mesmo com todas as pedras no caminho, ela não desiste do seu tão sonhado positivo!!!
Preparadas para conhecerem essa grande história?!!
"Olá,
e sou a Fabíola Rocha e tenho 36 anos. Casei
em maio de 2009 com a ideia de engravidar imediatamente após o “SIM” porque eu
já estava com 31 anos e me sentia “velha”. Logo após o casamento, mudança de
rotina, e veio uma crise hipertensiva e um cálculo na vesícula, por disso tive
que adiar um pouco o planejamento de engravidar.
Bom,
a minha história com a infertilidade começou em janeiro de 2010 quando cheguei
ao consultório do ginecologista pra saber o que eu deveria fazer pra
engravidar, que vitaminas tomar e etc. Relatei que sentia desconforto com
cólicas na menstruação e o Doutor suspeitou de endometriose. Fiz a ressonância
magnética e o laudo foi inconclusivo, mas mesmo assim o Dr pediu pra fazer a
videolaparoscopia.
No
consultório médico mostrou o vídeo da cirurgia e eu fiquei em choque, não
imagina que o sangue da menstruação pudesse se alojar em outros lugares. Fui
diagnosticada com endometriose grau 2 e liberada pra começar a “treinar”.
Engravidei
no primeiro ciclo de coito programado com o uso de indutores injetáveis, porque
além de endometriose tenho SOP (Sindrome do Ovario Policístico) e meus ovários precisam de um empurrão pra
funcionar. Pensei: “nossa não é que é mesmo fácil engravidar?” Mas após uma
série de ultrassons não surgia batimentos cardíacos e o BHC não evoluía muito.
Estava com aborto retido. Era 28 de junho de 2010, oitavas de finais da Copa, o
Brasil jogava contra o Chile (3x0) e eu estava com um aborto retido.

Dois
meses depois voltei a fazer os coitos programados com o uso de indutores. Um
ciclo atrás do outro fazendo amor com data e hora marcada. O tempo foi
passando, eu não engravidava, voltei a sentir dores, o medico também suspeitou
que as trompas estavam com problemas e fiz outra videolaparoscopia. No
consultório vendo o vídeo da cirurgia o Doutor me disse: “será difícil engravidar
com a trompas do jeito que estão, mas não impossível”. Tentamos mais dois
ciclos de coito programado e nada. Então ele me chamou pra conversar e disse:
você precisa de FIV pra engravidar.
Meu
chão desabou! Abriu um buraco enorme. Pra mim FIV era coisa que as mulheres
ricas e famosas faziam pra engravidar, e eu não era nem rica e nem famosa. Não
tinha com tentar uma FIV com esse Doutor por causa do valor e fui à procura dessas
clínicas com projetos sociais e preços mais acessíveis. Mesmo assim o valor era
alto, mas tentei.
Engravidei
na primeira FIV e novamente pensei: “nossa, não é que o negócio de FIV funciona
mesmo?” Beta HCG subindo, enjoos, sono... eu estava grávida e dessa vez estava
tudo bem!
2
de janeiro de 2012, primeira ultrassom do pré natal, o doutor olha fixamente pra
tela do ultrassom e diz: “más notícias”. Logo pensei que estava de novo sem batimentos, mas o dr disse que estava com batimentos, mas não estava no útero e
pela qualidade do ultrassom não dava pra saber o local exato e que precisava fazer a cirurgia porque ele já conseguia ver sangue acumulando no fundo do
útero. Como que o embrião não poderia estar no útero se foi lá que eu coloquei
ele?
Sai
do consultório direto pra internação do hospital. Retiraram minha trompa
direita que continha um embrião com um coração pulsando a 174 b/pm. Uma parte
de mim foi embora naquele dia.... E eu só pensava em fazer outra tentativa e
engravidar de novo.
3
meses depois fiz outra FIV e transferi 2 embriões. Nos 12 dias de espera pelo
exame eu me sentia grávida, e de gêmeos, afinal se na primeira eu tinha
transferido só um embrião e engravidei, agora com 2 eu estava grávida de
gêmeos. Negativo. Chorei o suficiente pra encher uma represa inteira. Dois
meses depois transferi dois embriões congelados e estava um pouco menos
confiante. Outro negativo. O medico orientou a entrar em menopausa induzida.
Passei 8 meses com calores, dores nos ossos e me sentia uma idosa. O mundo
inteiro engravidando e eu em menopausa com 33 anos.
Então
fui no meu primeiro encontro do Gapendi e finalmente conheci de perto as minhas
amigas virtuais, vi que eu não estava sozinha e que eu não era um bicho de sete
cabeças. Mas
sabe aquele buraco que eu disse que tinha aberto? Ele ficou enorme. Eu não me
alegrava e nem me emocionava com nada. Eu não sorria e nem chorava. Então meu
marido me presenteou com um filhote de shitzu e eu voltei a viver.
Janeiro
de 2013, ano novo vida nova. E FIV nova. Outro negativo. Dois meses depois
transferi os congelados e outro negativo. Eu chegava chorando em casa e meu
filho de 4 patas lambia tudo.
Fiz
uns exames caros e todos particulares e então fui diagnosticada com falha de
implantação. Me
refiz física, mental e psicologicamente e em junho desse ano fiz outra
tentativa de FIV. Copa do Mundo... Brasil x Camarões (4x1) e eu estava com mais
um Bhcg negativo em mãos e sem nenhuma perspectiva de quando recomeçar a sonhar
em ser mãe... Esse negócio de Copa do Mundo me deixa meio “deprê” (risos).
A
infertilidade me roubou duas coisas: o convívio social e qualidade de vida. Que
levante a mão a mulher infértil que não se afastou dos amigos e da família por
causa da cobrança e da temida frase: “cadê o bebê”? E a qualidade de vida? Bom,
o que é qualidade de vida pra uma pessoa que é privada de muitas coisas porque
sente dores até mesmo fora do período menstrual e quando menstrua sangra igual
a um filme de terror?

Mas
também a infertilidade me deu outras duas coisas: amigas maravilhosas que eu
jamais conheceria se não estivesse atravessando um deserto, e uma fé
inabalável, pois se não estiver nos planos de Deus que seu seja mãe, com
certeza Ele dará o conforto que meu coração tanto precisa."
Agradecemos imensamente a Fabíola por dividir conosco a sua história!!Ela AINDA não teve um grande final feliz, mas sabemos que quando a gente menos esperar o positivo vai surgir!!
Esse tipo de depoimento só nos mostra o quanto é preciso e necessário lutarmos pelo nosso sonho, independente de quantas vezes tenhamos que recomeça-lo, o importante é nunca desistir!!!
Até mais!!!
Equipe GAPENDI
Marília Rodrigues
Luciana Diamante