Olá, leitoras e leitores do nosso blog!
Hoje vamos publicar um artigo gentilmente cedido pela ginecologista especialista em endometriose e sexualidade humana, Dra. Flávia Fairbanks, falando sobre as dificuldades que as portadoras de endometriose desenvolvem na esfera sexual e que podem comprometer ainda mais a sua qualidade de vida, além de causar-lhes vários outros transtornos, como a depressão e a baixa autoestima.
Este é um assunto difícil de ser falado, mas sabemos que acontece (e muito) com as mulheres que sofrem com a endometriose. Além disto, muitas vezes, as dores nas relações sexuais também podem ser um sintoma importante da presença desta doença, especialmente em mulheres que nem imaginam que possam ser portadoras. Por isto, é muito importante sempre comentarmos nossas dificuldades no âmbito sexual com nossos médicos, sem medo ou receios.
Segue o artigo:
Interferência na vida sexual é um dos
maiores danos causados pela endometriose
Dadas as próprias características da doença, paciente pode
desenvolver dificuldades progressivas na esfera sexual, comprometendo seus
relacionamentos e sua autoestima
Constantes
dores pélvicas, irregularidades na menstruação e infertilidade são os sintomas
mais citados nos consultórios médicos por mulheres com endometriose, doença que
afeta cerca de 15% da população feminina em
idade reprodutiva.
Doença
de difícil confirmação diagnóstica devido à necessidade de uma intervenção cirúrgica para a
elucidação definitiva, a endometriose manifesta-se de diversas formas.
Dentre as possibilidades analisadas, acredita-se que a associação do refluxo
menstrual com a deficiência imunológica seja a principal causa da doença.
No
início, a paciente começa a ter cólicas menstruais muito fortes, o que deixa a
pelve sensível e dolorida, prejudicando as relações sexuais. “Como o quadro é
progressivo e as aderências entre os órgãos pélvicos vão se tornando cada vez
mais frequentes, as limitações quanto às posições, a dificuldade de obter
orgasmo e a própria libido, tendem a sofrer graves prejuízos”, afirma Dra.
Flávia Fairbanks, ginecologista especializada em sexualidade humana.
O
que mais preocupa é o fato de que, em muitos casos, mesmo após a cura cirúrgica
ou medicamentosa da doença, quando a paciente já não sente mais dor, o dano
sexual pode permanecer. “Não raramente nos deparamos com relacionamentos que
naufragam, mulheres deprimidas e ansiosas, com péssima qualidade de vida”, revela
Dra. Flávia.
Quando
o médico é especializado em questões que envolvam a sexualidade, cabe a ele
investigar minuciosamente essas questões com a paciente. “Caso o profissional
não se sinta apto a tocar nesses aspectos, o encaminhamento a um especialista
faz-se necessário para minimizar danos futuros e restaurar, na medida do
possível, a vida sexual que a mulher levava antes de adoecer”, finaliza a
profissional.
Dra. Flávia Fairbanks
graduada
pela Faculdade de Medicina da USP, realizou residência médica em Ginecologia e Obstetrícia
no Hospital das Clínicas da FMUSP, foi médica preceptora da Ginecologia do
Hospital das Clínicas da FMUSP. É Pós-graduada em Ginecologia do Hospital
das Clínicas da FMUSP nos setores de Endometriose e Sexualidade Humana.
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